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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Crueldade materna - "Ilusões religiosas"

Sempre defendi a tese de que toda religião prega ilusões, seja neste blog, seja nas ações populares que proponho na Justiça.

Não raro sou violentamente agredido (e não estranho, porque também não me utilizo de meios termos) pelos defensores dos cultos que ataco, mas continuo com o mesmo convencimento de que pregar religião é praticar estelionato, enganando as pessoas, na medida em que os pregadores acenam com o inexistente, vendendo ilusões, tão somente.

Pois agora, um magistrado inglês, da Corte de Cambridge, revela ter o mesmo entendimento que esposo.
Note o leitor que ela (a mãe fanática religiosa) era formada pela famosa Universidade de Cambridge.

Ela, ao que se pode inferir do relato abaixo, queria empurrar a sua religião (simbolizada pela Bíblia) literalmente boca baixo, em um bebê de apenas 1 mês e meio de idade.
Um dos problemas maiores é que grande parte dos religiosos não admite ter se tornado fanático, assim como os drogados não admitem ter se tornado viciados.

Mãe que matou filha de um mês e meio sentando nela é presa
Julia Lovemore

Julia Lovemore foi descrita como fanática religiosa

Uma britânica que matou sua filha de um mês e meio sentando na cabeça da criança e sufocando-a, foi presa por tempo indeterminado na Inglaterra.

Julia Lovemore, de Milton, perto de Cambridge, já havia admitido o homicídio culposo da bebê Faith, alegando ter a responsabilidade diminuída por causa de problemas de saúde mental.

A bebê foi declarada morta ao chegar ao hospital no dia 17 de junho de 2009.

O juiz da Corte de Cambridge, que condenou Lovemore, disse que a mãe, de 41 anos de idade, estava “com profundos problemas mentais e sofrendo de ilusões religiosas quando cometeu o ato”.

Ela foi presa por tempo indeterminado com base no Ato de Saúde Mental.

Fanáticos

Julia Lovemore e o marido, os dois formados pela Universidade de Cambridge, foram descritos na corte como fanáticos religiosos e sofriam de graves problemas mentais.

Segundo a promotoria e testemunhas, ela sofria de problemas mentais desde os 26 anos de idade e havia se recuperado, mas teve uma recaída depois do nascimento de sua primeira filha, Angel, em julho de 2006.

Ao descrever o dia da morte de Faith, ela contou que não sabe o que ocorreu.

“Faith estava deitada na minha cama. Comecei a arrancar páginas da bíblia e enfiá-las em sua boca, mas ela as cuspia. Depois, sentei em cima dela”, contou.

Suas duas filhas estavam em uma lista das autoridades de crianças consideradas sob risco, e a família chegou a ser visitada por uma enfermeira psiquiátrica comunitária e um agente de saúde do governo local no dia da morte da bebê.

Quando eles chegaram à casa, encontraram o marido de Julia, David Lovemore, rezando por sua mulher no andar de baixo, enquanto a filha mais velha estava sentada no alto da escada.

Julia e a bebê, que estavam no andar de cima, não foram vistas pelos agentes de saúde, que deixaram a casa para buscar ajuda, temendo o comportamento do pai, segundo foi dito no tribunal.

De acordo com o promotor John Farmer, “infelizmente nenhum deles procurou ver a ré ou a bebê e a melhor interpretação dos eventos é de que Faith já estava morta ou morrendo, porque não haveria outra razão para o marido da ré estar rezando tão intensamente”.

Rebecca Hughes, a enfermeira psiquiátrica, disse à polícia que David Lovemore batia com os pés no chão e dizia: “Tire o demônio de Julia”.

“Nunca o tinha visto assim antes. Era como se ele estivesse em um transe”, disse Rebecca Hughes.

“Para mim a situação estava instável. Eu estava muito preocupada com David, temi que ele pudesse se tornar psicótico.”

“Fiquei muito perturbada, diria que quase fiquei com medo.”

A promotoria disse à corte que o pai de Faith levou a bebê já sem vida a uma clínica médica pouco depois, acompanhado da filha mais velha, que estava coberta de removedor de tinta.

Os médicos tentaram ressuscitar a bebê e chamaram a polícia, que começou as investigações imediatamente.

Segundo a promotoria, a filha mais velha havia entrado para a lista de crianças em risco em fevereiro de 2009, quando foi descoberto que Julia Lovemore estava grávida de Faith. Na época a mãe foi examinada por um psiquiatra, que disse que ela sofria alto risco de recaída.

Responsabilidade

A agência local que cuida da segurança de crianças pediu uma revisão do caso depois da morte da bebê.

A agência concluiu que é preciso aprender as lições deste caso, o que inclui entender melhor a natureza de episódios psicóticos e ter certeza de que as informações são compartilhadas e usadas em processos de proteção às crianças.

O relatório ainda afirma que manter informações importantes sobre o histórico familiar disponíveis é essencial para a análise de risco.

A ligação entre a crença religiosa dos pais e sua saúde mental só foi parcialmente entendida, e os planos de monitoramento das agências têm de ser mais claros sobre as expectativas em relação a seus funcionários, segundo o documento.

As agências de proteção às crianças enfrentam forte pressão na Grã-Bretanha, depois de uma série de casos em que crianças registradas como estando em situação de risco foram mortas pelos pais ou responsáveis.

Um dos casos que mais chocaram o público foi o do bebê Peter, em que sua mãe foi condenada à prisão por tempo indeterminado, tendo de cumprir um mínimo de cinco anos, por permitir que ele fosse torturado e morto por seu companheiro e um inquilino que morava na casa deles.

O menino de 17 meses, morto em 2007, estava na lista de crianças consideradas sob risco pelos serviços sociais de Haringey, norte de Londres, e o caso abriu um debate sobre o assunto, já que ele passou meses sendo torturado sem que as autoridades tomassem uma atitude.

Ele morreu com mais de 50 ferimentos e os assistentes sociais chegaram a visitar a casa da família 60 vezes nos oito meses que antecederam sua morte.

Depois de anunciada a sentença de Julia Lovemore, o detetive Dan Vajzovic disse que “este foi um caso trágico que viu uma jovem vida ser terminada deliberadamente”.

“Toda criança tem o direito de ser protegida e se sentir segura em sua casa e é responsabilidade dos pais garantir que este seja o caso.”

Fonte: BBC Brasil

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