OSWIECIM, Polônia (Reuters) - Muçulmanos influentes participaram
na terça-feira, ao lado de judeus e cristãos, de uma homenagem às
vítimas do campo de extermínio nazista de Auschwitz, num gesto destinado
a refutar as ideias de quem nega o Holocausto, como é o caso do
presidente do Irã.
Cerca de 200 dignitários de todo o mundo islâmico, de Israel, de
países europeus e de entidades internacionais como a Unesco participaram
da visita, que incluiu orações em árabe, iídiche, inglês e francês.
"Precisamos ensinar nossos jovens nas mesquitas, igrejas e
sinagogas sobre o que aconteceu aqui", disse o grão-múfti bósnio,
Mustafa Ceric, à Reuters.
"Este terrível lugar deveria servir de lembrança a todas as
pessoas de que a intolerância e a falta de compreensão entre as pessoas
podem resultar em ... lugares como Auschwitz."
Durante a Segunda Guerra Mundial, cerca de 1,5 milhão de pessoas,
a maioria judeus, pereceram em Auschwitz, que fica perto da aldeia
polonesa de Oswiecim.
Os organizadores da visita disseram que o objetivo do evento era
rejeitar a visão, defendida com ênfase pelo presidente do Irã, Mahmoud
Ahmadinejad, mas também presente em outras partes do mundo islâmico, de
que o Holocausto não aconteceu.
"Escolhemos dar prioridade aos representantes do mundo árabe e
islâmico, e a razão para isso é clara", disse Anne-Marie Revcolevschi,
do Projeto Aladdin, que trabalha pela construção de laços entre judeus e
muçulmanos.
"É principalmente de alguns desses países que saem os discursos e
documentos que servem de veículo para a negação (do Holocausto), para o
ódio e o antissemitismo", disse ela em declarações divulgadas antes da
visita.
(Reportagem de Wojciech Zurawski)
Fonte:http://br.reuters.com
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