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Advogado - Nascido em 1949, na Ilha de SC/BR - Ateu - Adepto do Humanismo e da Ecologia - Residente em Ratones - Florianópolis/SC/BR

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Florianópolis está "inchando"

As causas podem ser diferentes, mas vi na TV, há alguns dias, que Buenos Aires está sendo tomada por mendicantes, famílias inteiras, carentes de moradia, alimentação, vestuário, remédios, etc... Pois Florianópolis também está ficando assim.

Nunca se viu tantos mendigos, bêbados, drogados e traficantes, desocupados, punguistas, ciganas, camelôs, aventureiros e outras pessoas desprovidas do mínimo para viver, espalhadas em nossas ruas.

São de biotipos os mais variados: cafusos, íncolas (do tipo paraguaio, peruano, boliviano), negros, brancos, de tudo um pouco, enfim.

A cidade está cheia de "cosmopolitas', com os calçadões e passeios tomados por tapetes e tabuleiros, cada qual "vendendo o seu peixe", tentando sobreviver com alguma dignidade, desde relógios made in Paraguay e China, até pequenos tatus esculpidos em madeira, trazidos pelas mulheres íncolas das nossas reservas, invariavelmente acompanhadas das crias, crianças sujas, mal nutridas, descalças, de ventres rotundos (com muitos vermes a comer-lhes as entranhas).

Em Florianópolis ouve-se também um tal de tchê pra lá, tchê prá cá, que denota a presença maciça dos "gaudérios" do Rio Grande do Sul.

Na região do Mercado Público, há ainda os adventícios estabelecidos no comércio popular, isto é, árabes, libaneses, sírios e outros povos cuja origem é o Oriente Médio, ao que parece.

Uma das últimas novidades (surgida por força da repressão aos vendedores ambulantes, desencadeada, esporadicamente, pela fiscalização da Secretaria de Finanças do Município), é a venda de bolsas e carteiras de couro em carrinhos de mão. Uma febre, só superada, parece-me pela venda de DVDs piratas.
As praças e outros espaços públicos estão tomados por fanáticos pregadores evangélicos, louvando a deus e Jesus Cristo, numa arenga incompreensível e fastidiosa.

Ah! Ia me esquecendo de que, no auge do verão, aportam por aqui caravanas de vendedores de redes e outros "artesanatos" nordestinos, geralmente moços que dormem em caminhões cobertos por lonas e percorrem as areias das nossas praias incessantemente, oferecendo produtos cujos preços, se estabelecidos inicialmente em 50, caem milagrosamente, após uma persistente pechincha, para 10 reais, por exemplo.

Tal estado de coisas (aparente desorganização social) causa alguma preocupação, mas, ao mesmo tempo, na medida em que conseguimos nos livrar dos ranços de xenofobia e bairrismo (que nos levam a atribuir o aumento da criminalidade aos "estrangeiros"), dá certa alegria, pois a cidade parece mais democrática. É preferível tal situação à globalização, isto é, ao predomínio cultural de certo povo (que se considere especial) sobre nós outros, tidos por gentios, inferiores.

Mesmo que muitos vejam nos estangeiros uma ameaça, alegro-me quando vejo um grupo de argentinos tocando o mais puro tango ou milonga em frente à Catedral ou um grupo de "índios" executando músicas que nos lembram os povos dos países andinos.

O cosmopolitismo faz-me lembrar uma figura bastante conhecida da antiguidade: Diógenes de Sínope, que morava em um barril.

Se as pessoas a que me refiro forem e se mantiverem desenraizadas, não há muito com que nos preocuparmos. Mas, se gostarem de nossa cidade e resolverem por aqui se fixar e os nossos governos não adotarem uma política habitacional eficiente, em breve, com a população da cidade inchando também com a chegada de brasileiros que fogem da sofrida vida rural, teremos famílias inteiras morando, inexoravelmente, sob pontes, viadutos, marquises, prédios em ruínas, amontoadas em favelas (ou "comunidades", como se diz, eufemisticamente falando) de lona, plástico e papelão.

É aconselhável, portanto, que coloquemos em campo assistentes sociais a entrevistarem essa gente das mais diversas origens, para que possamos saber se pretendem aqui se fixar e planejarmos um futuro mais organizado para nosso Município, ao invés de aguardar por um crescimento desordenado e caótico, porquanto, no caos, nem a mais bem intencionada democracia sobrevive.

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