Até a AMORA, cujo estatuto social proíbe seu envolvimento com qualquer religião ou partido político, estaria ajudando a restauração da Capela, doando madeira e vindicando os recursos públicos para a obra, etc....
Dizem que o dinheiro público foi viabilizado pelo ex-secretário de Desenvolvimento Regional, Valter Galina, que é candidato a Deputado.
Isto vai cheirar mal, podem apostar, porque há expressa vedação legal a reforma de templo com dinheiro público (art. 19, da Constituição Federal).
A Capela, até onde tenho conhecimento, sequer foi tombada e, mesmo que fosse, pertencendo à ICAR, o repasse de dinheiro dos contribuintes para sua reforma estaria vedada pelo art. 19 do DL nº 25/1937, que só admite apoio da espécie se o proprietário comprovar, cabalmente, que não possui capacidade financeira para custear o restauro, o que, todos sabemos, não é o caso da Igreja Católica, que gasta fortunas (bilhões de dólares) só com o pagamento de indenização a crianças e adolescentes molestados por padres, freis, monsenhores e até bispos pedófilos e pederastas.
Com a palavra o Presidente da AMORA, Flávio De Mori, a quem prezo muito e tenho por pessoa de bem. Se eu estiver mal informado, queira, por gentileza, corrigir-me.
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Com a presteza, sinceridade, eficiência e concisão que lhe é peculiar, em resposta a um e-mail meu, dando-lhe conhecimento da postagem, assim me respondeu o presidente da AMORA, Flávio De Mori:
Prezado Izidoro,
O que posso lhe informar é que o o processo de restauração da Capela Nossa Senhora dos Remédios foi submetido ao Fundo de Cultura do Governo do Estado e foi aprovado pelo comitê de cultura responsável pela avaliação dos projetos. Foram dois anos de idas e vindas para aprovar o projeto.
A ação da AMORA de submeter esse projeto, vai ao encontro do anseio de uma parcela dos moradores de Ratones que gostariam de ver seu patrimônico artístico, histórico e cultural preservado. e foi com esse propósito que o projeto foi apresentado e respaldado no item i) do art 5 do nosso estatuto: promover a cultura, a defesa e a conservação do patrimônio artístico, histórico e cultural da região.
Estamos executando o projeto dentro das normas e preceitos estabelecidos pelo Fundo Cultural e prestaremos conta do mesmo de forma transparente, como sempre fizemos em todas as ações apoiadas ou promovidas pela AMORA.
Conheço também seus posicionamentos e respeito-os.
abraços
Flavio
Respeito o entendimento da AMORA (sei que o presidente Flávio, por seu perfil de autêntico democrata, não decide nada sozinho), embora não concorde com tal postura, como resta óbvio da leitura de inúmeras matérias por mim postadas neste blog e de muitas iniciativas judiciais que tenho tomado, postulando anulação dos convênios e devolução, pela Igreja e pelos ordenadores primários das despesas, do dinheiro público aplicado nos templos.
Não vou entrar com nenhuma medida no afã de impedir a restauração do pequeno templo, de sorte que, se tal reforma é do desejo de boa parte da população (católica) de Ratones, não serei eu o autor nem o advogado patrocinador de medida tendente a impedir a realização de tal expectativa.
Depois que a restauração for concluída, aí sim, tomarei as inciativas de responsabilização atinentes à devolução do dinheiro público aos cofres do erário, doa a quem doer.
Nada pessoal, contra este ou aquele político ou administrador.
Minha postura é de cidadão,inconformado com desvio de dinheiro público que poderia ser colocado no atendimento a outras necessidades sociais muito mais relevantes que a do irritante comércio da fé (uma escola nova para Ratones, um Posto de Saúde com atendimento melhorado, asfaltamento das vias de circulação - inclusive de algumas onde trafegam os ônibus -, calçadas para o deslocamento dos nossos pedestres, que andam no meio das vias de circulação de automóveis, expondo-se diariamente - só para exemplificar).
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