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sábado, 24 de abril de 2010

Sobre a "seita Moon" (Igreja da Unificação)

13.06.07 - PARAGUAI
Igrejas respaldam camponeses de Porto Casado


Adital -
O Comitê de Igrejas do Paraguai (CIPAE) -entidade que vem acompanhando o processo histórico do pedido de terras para os habitantes de Porto Casado, no noroeste do Paraguai- apresentou, em comunicado, seu repúdio e indignação ante a decisão da Suprema Corte de Justiça pela sentença que declara "inconstitucional" a expropriação de 52 mil hectares de terra, que beneficiava à população dessa localidade.

A máxima instância da Justiça paraguaia deu um duro golpe no humilde povo de Porto Casado julgando uma suposta inconstitucionalidade da lei 2.730/05 que expropria os 52.694 hectares de terras, ocupadas há mais de 100 anos pela população de Porto Casado. Essa decisão foi tomada com o argumento de que a citada lei "nega o reconhecimento de inviolabilidade da propriedade privada".

A origem desse problema nasce com a origem do povo local. A população surgiu dentro do maior latifúndio do Paraguai, cujo proprietário era o empresário argentino Carlos Casados del Alisal, que havia comprado, ao final do século XIX, mais de cinco milhões e meio de hectares, o que corresponde a 23% do Chaco paraguaio e a 14 por cento do território nacional.

No meio dos anos 90, parte do latifúndio de Casados foi ofertado na Bolsa de Valores de Buenos Aires; e, em meados de 2002, a Seita Moon comprou 600 mil hectares com toda a população que habitava o território dentro. A empresa de Carlos Casados doou ao município 260 hectares. É nesse momento que começa a luta dos casadenhos.

A Seita Moon possui mais de 100 empresas em todo o mundo e há tempos investe em projetos de diferentes índoles na Argentina, no Uruguai e no Paraguai. A Agência Jornalística do Mercosul, da Universidade de La Plata, Argentina, em um informe há cerca de um ano, explicava o interesse da seita no Aqüífero Guarani (a maior bacia subterrânea de água doce do planeta), os projetos da Hidrovia (que conectaria os rios Paraguai, Paraná e Rio de La Plata) e a rota Bioceânica. Precisamente, Porto Casado se encontra no encontro entre a rota brasileira, que cruzaria o rio Paraguai, e atravessaria a Bolívia para chegar até o Pacífico.

"As terras foram expropriadas pelo Congresso Nacional, fazendo eco do desejo de todo um povo submetido durante décadas a empresas transnacionais e latifundiárias que atualmente constituem uma afronta à racionalidade e a ordem jurídica da República do Paraguai", disse o comunicado do Comitê de Igrejas do Paraguai.

E continua assegurando que o povo de Porto Casado é de existência muito anterior à empresa Victoria S.A. da seita Moon, e que o povo está exercendo o direito de posse há anos antes mesmo que a empresa coreana adquirisse, de má fé, ditas terras. "Efetivamente, o fez de má fé, sabendo que as terras que estava adquirindo tinham ocupantes com legítimos direitos de posse", enfatizam.

Exigimos justiça para o povo de Porto Casado-expressam- e dizemos, ¡Força!, "a luta do povo não se extingue ante nenhum obstáculo e nesse caso, menos, porque nenhuma empresa estrangeira será dona da República do Paraguai e menos ainda do sagrado território chaquenho, que foi defendido com o corpo e a alma do povo paraguaio", finalizam dizendo as Igrejas.

Fonte: ADIN

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