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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mata Atlântica permanece sob a ameaça de fornos de carvão em Minas


Levantamento do Inpe e SOS Mata Atlântica mostra que taxa de perda da vegetação teve leve queda de 2010 a 2011, mas a presença de nuvens pode ter mascarado valor real

Giovana Girardi

A taxa de desmatamento da Mata Atlântica voltou a apresentar uma leve queda entre 2010 e 2011, em relação à perda de cobertura florestal que havia ocorrido no biênio anterior (2008 a 2010), mas os dados levantam a bandeira vermelha de que o bioma mais devastado do Brasil continua sendo ameaçado.
Arrendamento para plantação de cana em fazenda de MG colaborou para a derrubada de árvores - Jose Patricio/AE
Jose Patricio/AE
Arrendamento para plantação de cana em fazenda de MG colaborou para a derrubada de árvores
Essa é a interpretação feita pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que divulgaram nesta terça, 29, o Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica.
Olhando apenas a estatística, a devastação praticamente ficou estável. No biênio 2008- 2010, o desmate tinha sido de 31.195 hectares - cerca de 15.500 por ano. Entre 2010-2011 (período de um ano) foi de 13.312 ha ou 133 km². Mas houve aumento significativo na Bahia e em Minas, líderes no ranking do desmate (mais informações nesta página). E justamente esses Estados estiveram muito cobertos por nuvens durante a observação pelo satélite (cerca de 60% de visualização).
"Não posso afirmar que parou ou diminuiu o desmatamento porque grande parte de Bahia e de Minas não foi avaliada. Certamente se eu tivesse imagens - como esses são os Estados mais críticos - teríamos observado mais desmatamento ali", explica Marcia Hirota, coordenadora do Atlas pela SOS Mata Atlântica.
Além disso, no levantamento anterior haviam sido mapeados 16 dos 17 Estados originalmente cobertos pela Mata Atlântica e neste foram somente dez. Em Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Rio Grande do Norte, a análise foi impossibilitada pela ocorrência de nuvens. Piauí não foi avaliado em nenhuma ocasião. "Vimos queda em termos absolutos, mas se tivesse todas as informações, provavelmente esse total seria maior."
Segunda Márcia, a ameaça na Bahia e em Minas, onde o problema já tinha sido identificado no levantamento anterior, são os fornos de carvão. O alvo são sobretudo as regiões com as chamadas "matas secas", um tipo de vegetação que lembra a do Cerrado e por isso às vezes é confundida com ele. Mas pela lei da Mata Atlântica, de 2006, não é.
Entre os municípios campeões de desmate, três estão em Minas (Águas Vermelhas, Jequitinhonha e Ponto dos Volantes, 1º, 3º e 5º, respectivamente), formando o que especialistas chamaram de "triângulo do desmatamento". Lá, a pressão é dos fornos.
Para a equipe, apesar de o total de desmate parecer pequeno, os dados são significativos porque restam 7,9% de Mata Atlântica no País, quando analisados os fragmentos com mais de 100 hectares - tamanho considerado representativo para a conservação da biodiversidade.
Código Florestal. Mario Mantovani, diretor de Políticas da Mata Atlântica, alerta que o dado também é significativo diante da mudança do Código Florestal. Apesar de a lei da Mata Atlântica prevalecer sobre o Código, garantindo a proteção ao bioma, ele reduz a necessidade de recomposição de mata ciliar que tenha sido desmatada. Na avaliação dos especialistas, para a Mata Atlântica, a recuperação é até mais importante, visto que a maior parte já está destruída.
Isso põe em risco, segundo eles, o fornecimento de água das grandes cidades, como São Paulo.

Fonte: ESTADO DE SP

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ATUALIZAÇÃO:


Santa Catarina foi o quarto estado que mais desmatou em 2011

Em relação aos dois anos anteriores, o desmatamento continua estável no Brasil


Santa Catarina foi o quarto estado que mais desmatou em 2011 Daniel Conzi/Agencia RBS
Nos últimos 25 anos, a Mata Atlântica perdeu 1,7 milhão de hectares Foto: Daniel Conzi / Agencia RBS
Em 2011, o bioma Mata Atlântica perdeu 13,3 mil hectares de área, ou 133 km², no Brasil, o que corresponde a 19 mil campos de futebol, aproximadamente. Santa Catarina foi o quarto estado brasileiro que mais desmatou. Foram perdidos, aqui, 568 hectares de mata, o equivalente a 5,7 km². Os dados foram divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe). De acordo com a coordenação do estudo, o ritmo de desmatamento continua estável, em relação aos dois anos anteriores.

Minas Gerais liderou o desmatamento, com 6.339 hectares. A Bahia ficou na segunda posição, com desflorestamento de 4,7 mil hectares. Na sequência, vêm Mato Grosso do Sul (588 hectares), Santa Catarina (568 hectares), Espírito Santo (364 hectares), São Paulo (216 hectares), Rio Grande do Sul (111 hectares), Rio de Janeiro (92 hectares), Paraná (71 hectares) e Goiás (33 hectares).

O ritmo de desmatamento é inferior ao registrado no levantamento Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica anterior, que analisou dois anos até 2010, quando o bioma perdeu, ao todo, 31,2 mil hectares.

— Embora tenha tido uma leve queda, provavelmente o índice apresentado hoje seria maior se não tivéssemos problemas com nuvens. O (ritmo de) desmatamento continua estável, o que é preocupante — disse a coordenadora do Atlas pelo SOS Mata Atlântica, Marcia Hirota, em referência a Minas Gerais e Bahia, que encabeçam o ranking dos que mais desmataram no período.

Os estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo foram avaliados parcialmente no estudo, por causa da cobertura de nuvens que prejudicou a captação de imagens por satélite. O estudo analisou dez dos 17 Estados que possuem o bioma, que representam 93% da área total de Mata Atlântica.
Em relação aos municípios, os pesquisadores alertam para a região que chamam de "triângulo do desmatamento", entre Bahia e Minas Gerais. No ranking dos municípios, cidades dos dois estados ficam no topo.
Nos últimos 25 anos, a Mata Atlântica perdeu 1,7 milhão de hectares, ou 17,3 km², ficando reduzida a 7,9% de sua área original, se considerados os remanescentes florestais em fragmentos acima de 100 hectares, representativos para a conservação de biodiversidade.

Fonte: DIÁRIO CATARINENSE

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