Milhares de computadores no Oriente Médio foram infectados pelo vírus
mais sofisticado já descoberto, conhecido como Flame. A empresa russa
Kaspersky Lab, uma das maiores produtoras de softwares antivírus, disse
que especialistas descobriram o novo vírus durante uma investigação
solicitada pela União Internacional de Telecomunicação (ITU).
O Flame entra para a história como a terceira arma cibernética
espalhada em grande escala, junto com os vírus Stuxnet e Duqu. Cinco mil
computadores de empresas e instituições de ensino foram infectados, a
grande maioria no Irã. Máquinas de Israel, Síria, Sudão e territórios
palestinos também foram afetados pelo vírus.
De acordo com a empresa, Flame pode coletar dados, alterar as
configurações do computador, ligar o microfone para gravar conversas,
fazer capturas de tela e registrar mensagens de bate-papo.
O CERT (Computer Emergency Response Team) do Irã diz que o Flame pode
estar ligado aos recentes ciberataques no Teerã, que foram responsáveis
por uma grande perda de dados do sistema de alguns computadores.
Mais complexo que o Stuxnet
Especialistas da Kaspersky afirmam estar no estágio inicial da decodificação do vírus. Flame possui 20 vezes mais códigos que o vírus Stuxnet, que em 2010 infectou o programa nuclear iraniano e interrompeu o controle das centrífugas.
Uma agência iraniana de segurança de dados divulgou nesta segunda-feira
(28/05) em seu site que o vírus Flame tem uma "ligação próxima" com o
Stuxnet. Descoberto há dois anos, o vírus Stuxnet foi desenvolvido para
programas industriais, na época uma novidade. O vírus atacou usinas de
energia e fábricas de produtos químicos, inclusive na Alemanha.
O Irã responsabilizou os Estados Unidos e Israel pelos ataques do
Stuxnet, alegando que o objetivo era sabotar o programa nuclear do país.
De acordo com a Kaspersky Lab, Flame e o Stuxnet parecem infectar as
máquinas explorando a mesma falha no sistema operacional do Windows e
ambos usam uma forma semelhante de propagação. A empresa não quis dar
informação sobre os possíveis criadores do vírus.
AKS/rtr/ap/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer
Fonte: DEUTSCHE WELLE
Nenhum comentário:
Postar um comentário