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quarta-feira, 30 de maio de 2012

ALGUM SER HUMANO MERECE QUE NOS AJOELHEMOS AOS SEUS PÉS?


A maldade está em cada ser humano, diz guru brasileiro

CYNTHIA GREINER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Psicólogo que virou guru, o brasileiro Prem Baba está radicado na Índia desde 2002. Mas viaja pelo mundo todo, para participar de encontros que combinam meditação e ensinamentos a seus mais de 5.000 seguidores. Neste mês, está no Brasil.
Divulgação
Prem Baba em evento comemorativo pelo dia do guru, em Nazaré Paulista, interior de SP
Prem Baba em evento comemorativo pelo dia do guru, em Nazaré Paulista, interior de São Paulo
Prem Baba, que segue a tradição sachcha ("caminho do coração") do hinduísmo, cunhou o conceito de "matrizes do eu inferior" para explicar a maldade humana, os impulsos inconscientes e o autoconhecimento.
Em entrevista à Folha, o guru falou sobre o lado sombrio e as fraquezas de todo o ser humano.
*
Folha - Não sabemos lidar com nossa própria maldade?
Prem Baba - Somos levados a acreditar que a violência só acontece no coração dos criminosos, dos terroristas, mas a maldade está em cada ser humano, dentro de casa, na estupidez ou no desrespeito com o companheiro, com os filhos.
Mas o desrespeito parece bem diferente da maldade. Qual a conexão entre os dois pontos?
O que une é o preconceito. São impulsos de ódio. E, mesmo que não se manifeste na intensidade dos casos que lemos nos jornais, existe uma conexão. Todos temos o que chamo de "matrizes do eu inferior": gula, preguiça, avareza, inveja, ira, orgulho, luxúria, medo e mentira. São pontos escuros que fazem parte da estrutura psíquica. São como entidades que agem à revelia da vontade consciente. Alguns carregam essas partículas de energia de forma mais intensa, mas o ódio de alguém que bate no outro não é diferente do ódio que sinto do meu filho quando ele faz algo que não quero. É a mesma necessidade de controle.
O que diferencia uma pessoa controlada de uma que perde o controle?
A formação, a moralidade, as crenças que cada um desenvolve. Algumas pessoas não têm o filtro que regula a manifestação da violência. Quanto maior a inconsciência a respeito dos pontos escuros da estrutura psíquica, menos domínio temos sobre a atuação deles. A consciência se expande gradativamente, é um desenvolvimento.
Qual o risco de se deixar levar?
Criar situações negativas para si mesmo e não conseguir mudar de direção. Por exemplo: a vontade de equilibrar a vida financeira. Muita gente tenta de tudo, mas, inevitavelmente, gasta mais do que recebe. A única possibilidade de interromper o círculo vicioso é o autoconhecimento: ter disposição de olhar para si mesmo e perceber que a responsabilidade está dentro de nós, e não fora. As sombras precisam ser focalizadas e transformadas, porque sabotam a realização do que queremos conscientemente.
Não há um lado positivo na sombra?
É um mecanismo de defesa. Protege o ser humano das dificuldades. Humilhação, abandono e exclusão criam feridas profundas. Para sobreviver é preciso usar esses mecanismos sombrios.
Como jogar luz na sombra?
Primeiro passo: identificando. O que faz um diabético comer açúcar? Ele tem que identificar que existe dentro dele uma vontade de adoecer por algum motivo. Meu trabalho é ajudar a identificar essa voz contrária. A primeira coisa a fazer é um inventário de problemas.
Isso não é nada fácil...
Não é, porque você vai entrar em contato com dores profundas e difíceis de encarar. Por isso, é mais fácil ficar amortecido nesse círculo vicioso. É preciso ter coragem de admitir as imperfeições humanas, sem querer estar acima delas.
A transformação leva à espiritualidade?
A espiritualidade é uma realidade. Mas a realidade é aquilo que sobra depois que você se liberta de todos os conceitos, de todos as ideias pré-concebidas e de todas as verdades emprestadas. É o que eu costumo chamar de verdade irrefutável.

Fonte: FOLHA DE SP

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