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terça-feira, 22 de maio de 2012

Atletas muçulmanos "adiam" Ramadã para depois dos Jogos Olímpicos


Quando o ciclista Azizulhasni Awang, da Malásia, optou por adiar seu jejum do Ramadã para depois dos Jogos Olímpicos de Londres, a decisão tinha tudo a ver com a busca pelo ouro olímpico.


Qualquer coisa que possa comprometer a chance de uma medalha para o atleta de 24 anos em sua segunda Olimpíada teve de ser tratada de forma sensata, diz ele. E ficar sem comer e beber entre o nascer e o pôr do sol todos os dias, durante quatro semanas, é muito arriscado.

"Precisamos treinar, precisamos de comida, líquidos, água", disse ele durante uma sessão de treino em um velódromo em Melbourne com sua companheira de equipe Fatehah Mustapa, que se tornará a primeira ciclista mulher da Malásia a participar de uma Olimpíada.

"Nós treinamos muito, muito duro... para lutar pela medalha de ouro, então não vamos desperdiçar isso. Esta Olimpíada é muito importante para mim e Fatehah. Você acha que nós vamos sacrificar isso?", disse.

A coincidência do Ramadã este ano com a Olimpíada de Londres, que começa em 27 de julho, - uma semana depois do início do jejum muçulmano de um mês - lançou um dilema para os cerca de 3 mil atletas muçulmanos que devem competir.

O jejum do Ramadã é um período em que os muçulmanos são obrigados a abster-se de comida e bebida durante o dia. Os atletas estão autorizados a adiar seus jejuns até uma data posterior, mas muitos desportistas muçulmanos e mulheres de culturas ou países onde não fazer o jejum é desaprovado acabam honrando o mês sagrado.

Força espiritual, potência muscular

Especialistas dizem que, pelo menos teoricamente, uma redução da ingestão de alimentos durante o Ramadã poderia esgotar o fígado de um atleta e os estoques de glicogênio muscular. Isso provavelmente levaria a uma queda no desempenho, principalmente em esportes que exigem força muscular.

Prevendo possíveis problemas e já se antecipando bastante, o grupo de nutrição do Comitê Olímpico Internacional (COI) convocou uma reunião em 2009 para analisar as evidências.

Eles chegaram à conclusão de que o jejum do Ramadã pode ser problemático para alguns atletas em alguns esportes, mas o provável impacto geral do Ramadã em Londres 2012 está longe de ser claro.

Ronald Maughan, um cientista de esportes da Loughborough University da Grã-Bretanha, que presidiu o grupo de trabalho do COI, concorda que algumas alterações físicas são prováveis. No entanto, ele também avaliou que observar o mês sagrado muçulmano envolve disciplina mental e espiritual, cujos efeitos não devem ser subestimados.

"Alguns atletas muçulmanos dizem que têm melhor desempenho durante o Ramadã mesmo se estiverem em jejum, porque eles estão mais intensamente focados e porque é um momento muito espiritual para eles", explicou.

Maughan liderou uma equipe de cientistas que revisou mais de 400 artigos de pesquisa sobre o Ramadã, e selecionou aqueles relevantes para o desempenho esportivo. Eles descobriram que "as respostas reais variam muito, dependendo da cultura e do nível do indivíduo e do tipo de envolvimento atlético".

"Muitas vezes há pequenas reduções de desempenho, particularmente em atividades que exigem contração muscular vigorosa e/ou repetitivas", escreveu a equipe em um artigo publicado no British Journal of Sports Medicine (BJSM) este mês.

Mas eles concluíram que, na maioria das situações, "a observância do Ramadã teve apenas consequências adversas limitadas no treinamento ou desempenho competitivo".


Reuters via TERRA

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