Por Luiz Cláudio Cunha *
Especial para o Sul21
Especial para o Sul21
Aos 91 anos, o general Leônidas Pires Gonçalves, oficial da
artilharia e ministro do Exército do Governo Sarney, recrudesceu: tirou o
pijama, trocou a pantufa pelo coturno, armou o canhão, mirou a
presidente Dilma Rousseff e bombardeou a Comissão da Verdade. Tudo isso
numa entrevista à repórter Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo (18
de maio), que funcionou como fogo de barragem para os velhos
companheiros de farda envolvidos com a repressão, a tortura e o
desaparecimento de presos durante a ditadura ardorosamente defendida
pelo general quase centenário. É a voz militar mais graduada a contestar
a determinação presidencial de investigar a verdade e é a opinião mais
desastrada no coro cada vez mais idoso de velhos radicais que ainda
respiram o ar saturado da Guerra Fria.
Leônidas defendeu o Exército (“sumariamente julgado e punido”), os
militares (“injustiçados”), o ex-ministro da Defesa Nelson Jobim (“ele
se colocava”) e atacou a presidente da República (“deveria ter a
modéstia de esquecer o passado e olhar para a frente”), a Comissão da
Verdade (“uma moeda falsa, que só tem um lado”) e os que clamam pelo fim
da impunidade aos torturadores (“é impossível mexer na Lei da Anistia,
fruto de um acordo no passado e que foi chancelada pelo Supremo Tribunal
Federal”).
A bomba mais explosiva ficou para a resposta final, em tom de ameaça:
“Se quiserem fazer pressão no Supremo, o Poder Moderador tem que entrar
em atuação no país”. O general não fazia, aqui, uma menção nostálgica à
bonomia dos monarcas da Casa de Bragança, que ocupou no Império
brasileiro a posição de árbitro entre os poderes para dar estabilidade
política à nação durante 67 anos, até o advento da República. Leônidas
não clamava pelo império da moderação, mas brandia a ameaça da república
da repressão, que quebrou a ordem constitucional em 1964 e impôs a
anarquia ilegal da ditadura militar durante 21 anos de treva.
Exercício do cinismo
Um regime que teve muito poder e, como bem sabe o general Leônidas,
nada teve de moderador. Fechou o Congresso três vezes, prendeu,
torturou, sequestrou e matou milhares de opositores, violou a soberania
da universidade e a independência dos tribunais, cassou mandatos
políticos e aposentou professores, baniu e exilou opositores, fechou
sindicatos e calou sindicalistas, amordaçou a imprensa e sufocou as
artes, impôs o medo e jogou o país no porão de uma longa e nada branda
ditadura de duas décadas, uma das mais sangrentas do Cone Sul do
continente. O nostálgico general Leônidas agora quer repetir tudo
aquilo, outra vez, sob o pretexto de ‘proteger’ o Supremo? Conta outra,
general!…
A memória seletiva e precária do general esquece que a Lei da
Anistia, ao contrário do que ele diz, não foi “fruto de um acordo”.
Passou apertado, raspando, por apenas cinco votos (206 a 201) num
Congresso dominado pelo partido da ditadura, a Arena, que mantinha sua
maioria a ferro e fogo, à custa das cassações de mandatos e da violência
do AI-5, para controlar o irrefreável crescimento da legenda da
oposição, o MDB. A lei foi votada e formatada sob o arbítrio do general
Figueiredo, em agosto de 1979, seis anos antes da queda do regime, num
texto lapidado cuidadosamente pelos comandantes militares para acomodar
uma esdrúxula invenção jurídica: o “crime conexo de sangue”, vil
esperteza dos quartéis para equiparar torturados e torturadores com a
mesma anistia — indiscriminada, desigual e injusta. Uma anistia
costurada sob o molde caviloso da repressão para estender o espesso
manto da impunidade sobre os crimes de quem nunca foi acusado, julgado,
processado e condenado.
Com o cinismo que a idade avançada não desbotou, o general Leônidas
tenta justificar os abusos de seus velhos companheiros de farda e
truculência: “O soldado é um cidadão de uniforme para o exercício cívico
da violência”, disse em entrevista a Geneton Moraes Neto da Globo News,
sem explicar onde escavou este sofisticado raciocínio que nivela todos
os exércitos pela vala comum do arbítrio. O general ignora os exemplos
na História de forças armadas que se mobilizaram, em momentos cruciais,
pela preservação de valores perenes da democracia e da civilização.
Fã clube do Reich
Um exército, esquece o cínico Leônidas, pode ser a reunião de homens
fardados que lutam pelo exercício da liberdade contra o nazifascismo.
Pode, por exemplo, ser a força armada que se levanta em defesa da
Constituição, como fez o III Exército ao cerrar fileiras com o
governador Leonel Brizola e o povo gaúcho na Campanha da Legalidade de
1961. Pode também se alçar pela afirmação da autoridade constitucional
do presidente, como fez o marechal Henrique Lott para sufocar a
quartelada golpista de 1955 que tentava bloquear a posse de Juscelino
Kubitschek. O general Leônidas, aparentemente, devia ser na sua tenra
juventude um cidadão fardado que se imaginava autorizado ao exercício
cívico da violência contra a ordem constitucional e os direitos
fundamentais da pessoa humana. Faz sentido.
Leônidas Pires Gonçalves perdeu a chance de ser um dos heróis
brasileiros da luta da Força Expedicionária Brasileira contra o III
Reich, na campanha na Segunda Guerra Mundial, simplesmente porque estava
do lado errado. Aos 23 anos, foi alijado da FEB porque teve o azar de
ser, na época, ajudante de ordens do coronel Álcio Souto, um notório
simpatizante da Alemanha que o Brasil combateria, com seus pracinhas, na
frente de batalha da Itália. No livro A Ditadura Derrotada, o
jornalista Elio Gaspari conta que Souto, então comandante da Escola
Militar do Realengo e chefe de Leônidas, costumava levar seus cadetes
nos primeiros anos da guerra a um cinema do subúrbio carioca onde o
adido militar da embaixada de Adolf Hitler costumava exibir filmes sobre
os avanços avassaladores da blitzkrieg da Reich alemão. O
filho Alvir, general reformado, negou tempos atrás estas empolgadas
matinês, dizendo que o pai não era nazista: “Ele não admirava o Reich,
mas sim o Exército alemão”, justificou, como se fosse possível separar
uma coisa e outra.
Geisel e seu ídolo
O filonazismo verde-amarelo não era uma exclusividade do comandante
do então tenente Leônidas, mas era extensivo aos chefes supremos do
regime do Estado Novo, que se espelhava na pátria da Wehrmacht
hitlerista. O major de artilharia Affonso Henrique de Miranda Corrêa, o
segundo homem de Filinto Muller na chefia de polícia da ditadura de
Getúlio Vargas, foi mandado à Alemanha para um estágio de um ano na
Gestapo, onde acabou condecorado por seu chefe, Heinrich Himmler, o
mentor da ‘solução final’ dos campos de concentração. Os dois maiores
líderes militares do país, os generais Eurico Gaspar Dutra (ministro da
Guerra) e Góis Monteiro (chefe do Estado Maior do Exército), não
escondiam sua admiração pelo Reich.
Dutra comemorou a queda de Paris sob o tacão nazista com uma festa em
sua casa. Meses antes, Góis Monteiro fazia as malas para chefiar uma
comitiva de oficiais que viajaria a Berlim para conhecer a “gigantesca
obra de reconstrução nacional” da Alemanha quando o embarque foi
abortado. As divisões Panzer de Hitler acabavam de cruzar a fronteira da
Polônia, dando início à Segunda Grande Guerra. Um dos oficiais da
comitiva que perdeu a instrutiva viagem foi um capitão chamado Ernesto
Geisel, que se confessava um admirador do líder fascista italiano Benito
Mussolini. No Brasil, a afeição de Geisel era reservada ao chefe de
Leônidas, coronel Álcio Souto, que chegou ao generalato como chefe do
gabinete militar do presidente Dutra, o simpatizante nazista que se
rejubilou com o desfile das tropas hitleristas sob o Arco do Triunfo
parisiense.
Susto e chocolate
Foi neste festivo entorno nacional-socialista que o futuro cidadão de
uniforme Leônidas Pires Gonçalves forjou o seu cívico espírito da
violência. “Na hora de dar chocolate, não se dá tiro. E, na hora de dar
tiro, não se dá chocolate”, filosofou o general Leônidas na Globo News.
Debochado, o ex-ministro do Exército desdenha das vítimas da repressão:
“Quem começa guerra não pode lamentar morte”. Ironiza as denúncias
(“Hoje todo mundo diz que foi torturado para receber a bolsa-ditadura”) e
duvida do assassinato do jornalista Vladimir Herzog sob torturas no
DOI-CODI de São Paulo, em 1975: “Eu não tenho convicção de que Herzog
tenha sido morto… um homem não preparado e assustado faz qualquer coisa.
Até se mata”, explicou a Geneton Moraes Neto.
O Leônidas que bate em Dilma e na Comissão da Verdade com espartana
disciplina desenvolveu a exótica teoria de que os maiores líderes do
regime deposto — Jango, Brizola, Prestes, Arraes — não foram exilados.
“Eles saíram do Brasil porque quiseram. Eram fugitivos”, zombou o
general, que tem a absurda certeza dos justos no regime injusto da
ditadura: “Nós nunca prendemos ninguém que não tenha feito nada. De
todas as pessoas presas, ninguém era inocente. Todos eles tinham alguma
coisa que estavam cometendo de errado”. Na lógica cartesiana de
Leônidas, a simples prisão já era, por si só, a condenação, líquida e
certa. Os ídolos nazistas dos velhos comandantes de Leônidas ficariam
orgulhosos do provecto general, ainda rijo na sua pétrea subordinação ao
autoritarismo.
Desafio aos desaparecidos
Durante quase três anos da fase mais turbulenta da ditadura, de abril
de 1974 a fevereiro de 1977, Leônidas foi o chefe do Estado-Maior do I
Exército, sediado no Rio de Janeiro. Como tal, era o comandante imediato
do DOI-CODI baseado no quartel da Polícia do Exército na afamada rua
Barão de Mesquita, um dos endereços mais sinistros da repressão no
Brasil.
Quando o quartel general do I Exército esteve sob o comando do
general linha-dura Sylvio Frota, entre julho de 1972 e março de 1974,
conforme apurou o jornal O Globo, o DOI-CODI carioca era um
centro de morte. Naquele espaço de 21 meses, contou o jornal, morreram
29 presos nas suas masmorras, então sob a administração do notório major
Adyr Fiuza de Castro, um dos radicais mais temidos do regime. Pois
bastou que ele chegasse ali em abril de 1974, diz o general Leônidas, e a
paz celestial dos anjos se instalou naquele antro de terror e
violência. “Não houve tortura na minha área”, jurou ele na Globo News.
Na semana passada, n’O Estado de S.Paulo, o general voltou a
desafiar: “Nunca apareceu nada, nem ninguém, que tivesse alegado ter
sido torturado. Eu já desafiei que alguém se apresentasse na TV e nunca
apareceu nada”.
Não apareceu, talvez, porque os desaparecidos jamais reapareciam,
naqueles tempos amargos em que não se dava chocolate na hora de dar
tiro. De acordo com o Dossiê Ditadura — Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-1985,
publicado em 2009, a lista oficial de 138 desaparecidos políticos no
país registra 31 nomes que se evaporaram no Rio de Janeiro entre 1970 e
1978. Desses, seis desapareceram justamente nos anos de 1974 e 1975,
quando o DOI-CODI do Rio, que coordenava a repressão na área, estava sob
o comando direto do general Leônidas. Integram a lista Armando Teixeira
Frutuoso, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, Jayme Amorim Miranda,
Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior, Thomaz Antônio da Silva Meirelles
Neto e Eduardo Collier Filho, que jamais poderão desmentir o general
porque estão irremediavelmente desaparecidos.
Morte no entorno do general
Sabe-se agora o destino final de apenas um deles: o jovem
pernambucano Eduardo Collier Filho, 25 anos, foi preso pelo DOI-CODI
carioca em 23 de fevereiro de 1974, dois meses antes da providencial
chegada do general Leônidas ao Rio, e acabou tempos depois virando
cinzas num forno de uma usina de açúcar de Campos, interior fluminense,
usada pela repressão para eliminar vestígios dos desaparecidos. A
confissão foi feita pelo ex-delegado do DOPS capixaba Cláudio Guerra,
que acaba de lançar Memórias de Uma Guerra Suja, um livro devastador sobreas atrocidades do regime que dava pouco chocolate e muito tiro.
Outros seis militantes da esquerda, da lista carioca de 31
desaparecidos, sumiram em 1973, um ano antes de Leônidas desembarcar no
DOI-CODI do Rio. Entre eles, Caiupy Alves de Castro, Ramires Maranhão
do Vale, Umberto Albuquerque Câmara Neto, Vitorino Alves Moitinho,
Honestino Monteiro Guimarães — e o ex-major do Exército Joaquim Pires
Cerveira, 50 anos, sequestrado em Buenos Aires pela ‘Operação Condor’ e
trazido ao Brasil clandestinamente pelo delegado Sérgio Fleury, do DOPS
paulista. Cerveira foi visto no DOI-CODI da Barão de Mesquita, duramente
torturado, e acabou também incinerado no forno da usina, conforme
denúncia do delegado Guerra.
No ano da graça de 1971, sumiram outros 10 militantes da lista de 31
desaparecidos do Rio, incluindo o deputado Rubens Paiva e Stuart Edgar
Angel Jones, 26 anos, filho da estilista Zuzu Angel. Ela passou os cinco
anos seguintes denunciando ao mundo a responsabilidade direta da
ditadura brasileira na tortura e morte do jovem. Fez isso, incansável,
até a estranha madrugada de abril de 1976 em que o carro que dirigia, um
Karmann-Ghia, capotou no túnel Dois Irmãos e despencou na ladeira da
Estrada da Gávea, morrendo na hora — um acidente forjado pelo DOI-CODI
carioca do achocolatado general Leônidas, conforme denúncia do
ex-delegado Cláudio Guerra. Uma semana antes do acidente, Zuzu deixara
na casa do compositor Chico Buarque de Holanda um documento em que
escreveu:. “Se eu aparecer morta, por acidente ou outro meio, terá sido
obra dos assassinos do meu amado filho”.
A nostalgia de 1964
Quando essas coisas sinistras aconteceram, o general Leônidas era o
chefe imediato da central de repressão mais ativa e bem informada do Rio
de Janeiro. Mas as cenas estranhas que atormentavam a cidade e a alma
brasileira pareciam não dizer respeito ao chefe do Estado-Maior a que se
subordinava o DOI-CODI, que o general Leônidas garantia estar
subitamente domado em sua pacífica administração. Os desaparecimentos
que teimavam em acontecer nas redondezas e nos porões, aparentemente,
não quebravam a imaculada mansidão de seu comando: “Desafio, desafiei lá
e desafio agora alguém que tenha sido torturado, ou tenha sofrido
qualquer restrição maior do que as técnicas nos prometiam, que era o
isolamento”, repete Leônidas.
O general não nega, com a vaidade previsível, a responsabilidade
direta pela chamada “Chacina da Lapa”, a morte da cúpula do PCdoB numa
casa do bairro paulistano onde o partido se reunia em dezembro de 1976
para avaliar a guerrilha do Araguaia. A revelação nasceu no comando de
Leônidas, que admitiu ter pago R$ 150 mil à filha de um ex-dirigente da
organização, Manoel Jover Telles, para delatar o dia e o local do
encontro. A operação de cerco e extermínio foi planejada na central de
repressão da rua Barão de Mesquita pelo coronel Freddie Perdigão, chefe
da Agência Rio do SNI e braço executor (lato sensu) do
DOI-CODI, conforme denuncia o ex-delegado Guerra. “Pagamos aos presos
para eles delatarem os outros”, explicou-se o general Leônidas, com a
convicção do soldado dedicado ao exercício cívico da violência. Ele não
se arrepende do que enfrentou: “Guerra é guerra”, disse na Globo News.
“Guerra não tem nada de bonito — só a vitória. E nós tivemos. A vitória
foi nossa. Porque este país caiu na democracia que nós queríamos”.
Agora, assustado com a aparição da Comissão da Verdade que ameaça
dissecar a ‘democracia’ e o ciclo de violência em que caiu o país que
queriam os militares em 1964, o general Leônidas ameaça resistir à
pressão da verdade com o surrado tacape do ‘poder moderador’. Alguém
precisa avisar ao veterano golpista dos idos de 64 que a democracia
brasileira já não teme cara feia, nem se assusta com fantasmas do
passado.
Mais consolador ainda seria ouvir dele um educado e cabal pedido de
desculpas ao país pela grosseria. Na sua idade, o velho e imoderado
chefe militar não merece nada mais do que um chocolate. Por favor,
general Leônidas, volte às pantufas!
* Luiz Cláudio Cunha é jornalista
[cunha.luizclaudio@gmail.com]
[cunha.luizclaudio@gmail.com]
A lista dos 31 desaparecidos no Rio de Janeiro, segundo o Dossiê Ditadura — Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-1985, publicado em 2009:
- Antônio Joaquim Machado, 31 anos, desaparecido em 1971
- Armando Teixeira Frutuoso, 54, desaparecido em 30/8/1975
- Boanerges de Souza Massa, 34, desaparecido em 1972
- Caiupy Alves de Castro, 45, desaparecido em 21/11/1973
- Carlos Alberto Soares de Freitas, 32, desaparecido em 1971
- Celso Gilberto de Oliveira, 25, desaparecido em 10/12/1970
- Eduardo Collier Filho, 26, desaparecido em 23/2/1974
- Félix Escobar Sobrinho, 47, desaparecido em agosto de 1971
- Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, desaparecido em 1974
- Heleny Telles Ferreira Guariba, 30, desaparecida em 1971
- Honestino Monteiro Guimarães, 26, desaparecido em 1973
- Ísis Dias de Oliveira, 30, desaparecida em 1972
- Ivan Mota Dias, 28, desaparecido em 1971
- Jayme Amorim Miranda, 48, desaparecido em 1975
- Joaquim Pires Cerveira, 50, desaparecido em 1973
- Joel Vasconcelos Santos, 23, desaparecido em 1971
- Jorge Leal Gonçalves Pereira, 31, desaparecido em 1970
- Mariano Joaquim da Silva, 41, desaparecido em 1971
- Norberto Armando Habeger, 29, desaparecido em 1978
- Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior, 60, desaparecido em 1975
- Paulo César Botelho Massa, 26, desaparecido em 1972
- Paulo Costa Ribeiro Bastos, 27, desaparecido em 1972
- Paulo de Tarso Celestino da Silva, 27, desaparecido em 1971
- Ramires Maranhão do Vale, 22, desaparecido em 1973
- Rubens Beirodt Paiva, 41, desaparecido em 1971
- Sérgio Landulfo Furtado, 21, desaparecido em 1972
- Stuart Edgar Angel Jones, 26, desaparecido em 1971
- Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto, 36, desaparecido em 1974
- Umberto Albuquerque Câmara Neto, 26, desaparecido em 1973
- Vitorino Alves Moitinho, 24, desaparecido em 1973
- Walter Ribeiro Novaes, 31, desaparecido em 1971
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