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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Bancos perderam R$ 10 bi este ano com calotes no financiamento de veículos



As contas foram feitas com base no saldo da carteira de crédito para compra de veículos apresentado no Relatório de Crédito do BC


Márcia De Chiara, de O Estado de S. Paulo


SÃO PAULO - Bancos e financeiras já perderam R$ 10,1 bilhões com o calote do consumidor no pagamento de financiamentos de veículos novos e usados até março, calcula o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio (CNC) e ex-diretor do Banco Central (BC), Carlos Thadeu de Freitas.

As contas foram feitas com base no saldo da carteira de crédito concedido para compra de veículos e apresentado no Relatório de Crédito do BC, que somou R$ 177 bilhões em março deste ano, e na fatia de financiamentos com prestações atrasadas acima de 90 dias, que atingiu 5,67% no período. Normalmente, essa cifra é lançada como provisões nos balanços dos bancos e parte dela é recuperada por meio de renegociações de dívidas, mas com descontos.

Foi exatamente para reverter o aumento do calote de veículos e ajudar a desovar o estoque de carros zero-quilômetro estacionados no pátio das montadoras que o governo baixou medidas para impulsionar o setor.

Entre elas estão a redução de Imposto sobre Produto Industrializados (IPI) dos carros, corte no preço de fábrica dos veículos zero e diminuição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em geral, que atinge também as operações de crédito de automóveis novos e usados.

Na análise de Freitas, do ponto de vista macroeconômico, as medidas anunciadas vão surtir efeito limitado, isto é, com maior impacto no segmento de veículos porque o consumidor está muito endividado. Ele acredita que as elas ajudarão a regularizar os estoques elevados de carros. "O consumidor que planejava comprar um imóvel pode mudar de ideia e comprar um carro, diante dos descontos atraentes", exemplifica o economista.

Um dos obstáculos apontados por Freitas para que o pacote tenha impactos efetivos na aceleração do ritmo de atividade, mesmo que ocorra ampliação dos prazos de pagamento dos financiamentos como quer o governo, é o alto endividamento do consumidor. "Quase 23% da renda disponível está comprometida com pagamento de dívidas", diz ele. Além disso, o País vive hoje um período de fraco crescimento, no qual a renda da população não deve ser ampliada no ritmo registrado desde 2010.

Porém, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Miguel Ribeiro de Oliveira, a redução de IPI, do preço de fábrica dos veículos, e do Imposto sobre Operações Financeiras é importante. Mas o efeito do alongamento dos prazos de pagamento dos financiamentos tem impacto mais efetivo na direção de levar o consumidor a fazer nos crediários. "O prazo de pagamento maior reduz o valor da prestação", destaca . Na pesquisa de abril da entidade, o prazo máximo para carros era de 60 meses e o mais frequente, de 40 meses.

Otimismo

"Estamos otimistas, as medidas vão promover uma reação no mercado", afirma o presidente da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti. De acordo com a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os estoques de veículos novos espalhados entre montadoras e concessionárias continuam elevados.

No fim de abril, equivaliam a 43 dias de vendas ou 366 mil veículos. As informações que a entidade tinha até segunda-feira, antes do anúncio das medidas, eram de que o mercado continuava em queda, sem reação.Fonte: ESTADO DE SP

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