Bebê dada como morta passa 12 horas em geladeira na Argentina
Mãe descobriu que recém-nascida estava viva pois pediu para vê-la uma última vez
BUENOS AIRES, Argentina — Os argentinos se comoveram nesta
quarta-feira com a história de Luz Milagros Verón, uma bebê que nasceu
prematura e foi dada como morta durante 12 horas, até que sua mãe,
Analia, pediu para despedir-se da filha e descobriu que ela estava viva.
Entre o parto de urgência – Luz nasceu aos seis meses de gestação – e o
reencontro com seus pais, a bebê esteve num pequeno caixão, guardado
numa geladeira com temperaturas em torno a zero graus.
O milagre
vivenciado por este casal de argentinos começou quando Analia insistiu
em ver sua filha por última vez, desejo que as autoridades do hospital
central de Resistencia, capital da província argentina do Chaco,
terminaram concedendo. Quando Analia fez um carinho na mão de sua filha
sentiu um leve movimento e ouviu o que ela definiu como um suspiro. Sem
conseguir acreditar no que estava vendo, a mãe da bebê começou a chorar
de emoção. Analia abraçou Fabián, seu marido, e ambos começaram a rezar.
—
Foi um milagre, sempre acreditamos em Deus mas agora nossa fé é ainda
mais forte —disse Fabian, que acusou o hospital de não ter seguido os
protocolos indicados em caso de nascimentos prematuros.
A história
de Luz Milagros foi destaque nos principais meios de comunicação
argentinos. A bebê nasceu semana passada, mas o caso só foi divulgado
nesta quinta. O Ministério da Saúde do Chaco, uma das províncias mais
pobres da Argentina, suspendeu cinco médicos que participaram do parto
da bebê e iniciou uma investigação para saber o que aconteceu.
—
Esperamos que este fato seja esclarecido, para poder adotar as medidas
necessárias —disse o subsecretário da Saúde da província, Rafael
Sabatinelli.
O diretor do hospital, José Luis Merino, assegurou
que “a bebê nasceu sem sinais vitais aparentes”. Em meio à comoção
provocada pela descoberta de que Luz Milagros estava viva, Merino
admitiu que “sobre o que aconteceu depois não temos uma explicação
exata”. A família questionou publicamente as declarações do diretor do
hospital, que também afirmou que a bebê “tem poucas chances de
sobreviver”.
— É terrível que digam isso depois de tudo o que
tivemos de suportar — disse o pai de Luz Milagros, nome que a família
escolheu após passar pelo momento mais difícil de suas vidas.
A
bebê está internada na UTI do mesmo hospital onde nasceu. Outros médicos
do estabelecimento informaram que ela está evoluindo bem. A família
Verón, integrada por outras duas meninas que acompanharam de perto o
drama de sua pequena irmãzinha, tornou-se conhecida em todo o país.
Muitos argentinos que comentaram o caso em programas de rádio e TV
destacaram "o amor de uma mãe que terminou salvando a vida de sua
filha".
Nenhum comentário:
Postar um comentário