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Os bancos, a desigualdade e o ocaso da velha Europa
Pode ser um bom sinal: chamado às falas pelo Parlamento
Europeu e pela Comissão Europeia, o fiel funcionário do Banco Goldman Sachs, que
preside ao Banco Central Europeu, Mário Draghi, gaguejou. Não pôde explicar
aonde foram parar o trilhão de euros que os países centrais da Europa emitiram
e entregaram ao BCE, a fim de recuperar a economia do bloco.
De acordo com Michel Barnier, Comissário da União Europeia
encarregado do mercado interno do grupo, que inclui os serviços financeiros, e
de Durão Barroso, o presidente da Comissão Europeia, os bancos beneficiados com
os recursos, repassados pelo BCE a juros inferiores a 1%, não os usaram no
estímulo à economia. Ao contrário, continuaram emprestando aos estados em
dificuldades, a juros que vão de 6 a 10% aos países. Quanto mais dificuldades
enfrentam, mais altos são os juros, em uma espiral descendente de arrocho,
desemprego e miséria de seus povos.
Mesmo com os imensos recursos de caixa, os bancos privados —
encabeçados pelo famigerado Goldman Sachs — reduziram seus financiamentos às
empresas em 30% e os empréstimos aos correntistas privados em 43%. As condições
para a concessão de créditos à economia real se tornaram ainda mais duras. E os
empréstimos aos Estados se fazem sob exigências draconianas. O Banco Central
Europeu não pode emprestar diretamente aos Estados. Como todos os bancos
centrais, eles são servidores dos banqueiros, e, de modo geral, operam com
autonomia. Temos que sujeitar o nosso Banco Central ao controle direto do Poder
Executivo.
Fonte: JORNAL DO BRASIL
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