Na sociedade multicultural dos dias de hoje, é preciso seguir uma etiqueta corporativa
RIO — Sua mãe lhe ensinou a não discutir religião, política e futebol com estranhos, na mesa de jantar etc. No trabalho, então, nem pensar. Na sociedade multicultural e politicamente correta dos tempos de hoje, o conselho parece melhor que nunca. Mas, no caso de religião, nem sempre dá para escapar da realidade. Em alguns casos, compromissos e regras que envolvem a fé de um funcionário podem afetar de alguma forma o ambiente organizacional. O jeito é seguir algumas recomendações da etiqueta corporativa.
Se existe algum tipo de compromisso que o profissional tem de cumprir por causa de religião dentro do horário do expediente, é fundamental que, antes de ser contratado, ele converse com o recrutador sobre o assunto. Em alguns casos, não é necessário falar especificamente sobre a religião: se um dia na semana o profissional faz um curso na igreja em que frequenta, durante o processo seletivo, ele pode mencionar que faz um curso, mas não é necessário dizer do que se trata, somente se o empregador perguntar.
Já se a religião do profissional não permitir algumas atividades, como trabalhar durante algum dia da semana ou usar calças compridas (no caso de obrigatoriedade de uso de uniforme), entre outros, é fundamental que o profissional converse sobre o assunto durante a entrevista de emprego. Desta maneira, a empresa analisa se o candidato se encaixa no perfil de vaga oferecida.
Para especialistas em RH, o profissional deve evitar conversas sobre a sua religião. O importante é ter bom senso e ser sensível à reação dos outros. Se o assunto surge numa conversa informal e os colegas parecem interessados, tudo bem. Mas se parecem desconfortáveis, o funcionário deve parar.
— E se algum colega de trabalho começa a falar sobre religião com você, evite discutir com ele ou simplesmente pare e ouça o que ele tem a ouvir, com respeito. Você não tem de concordar, mas dê-lhe a devida atenção. E, obviamente, não entre numa discussão — sugere a consultora de carreiras americana Meghan Biro, em artigo publicado no site Glassdoor.com.
Ter objetos relacionados à religião, como imagens de santos, a bíblia ou outros símbolos, tudo bem, desde que limitados ao espaço físico que a pessoa ocupa na empresa - ou seja, a sua sala ou mesa.
Veja, a seguir, mais algumas recomendações sobre a etiqueta corporativa-religiosa:
Folga para cerimônias religiosas - Você quer ir a uma cerimônia religiosa que não ocorre em um feriado? Se a saída é pedir uma folga, é uma boa ideia ser franco a respeito, sugerem os especialistas. Fale com seu chefe para que ele compreenda por que a folga é importante. Se você não tiver folgas em seu banco de horas, ofereça-se para repor o tempo. Tenha consciência de como o seu pedido afeta o resto da sua equipe e faça o aviso com a maior antecedência possível.
Colocar símbolos ou frases religiosas em sua sala ou mesa de trabalho - Desde que os que estão ao seu redor não sejam distraídos por eles ou os considerem ofensivos, tudo bem, dizem os especialistas em RH. Mas, se o profissional costuma receber clientes em seu escritório, ele deve ter em mente que é um lugar para realizar negócios. Não se deve dar a impressão de que está fazendo proselitismo ou impondo suas opiniões aos outros.
Puxar papo sobre religião - Para especialistas, o importante é ser sensível à reação que você recebe dos outros. Se eles parecerem desinteressados ou desconfortáveis, o funcionário deve parar. É uma questão de respeito mútuo.
Fonte: O GLOBO
http://oglobo.globo.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário