O uso repetido de cocaína diminui a quantidade de uma proteína necessária para o funcionamento normal do cérebro humano. O efeito atinge diretamente o centro de recompensa do cérebro, o que pode explicar por que a droga vicia tanto. Esse é o resultado de uma pesquisa feita com ratos no Centro Médico Monte Sinai, em Nova York. Segundo os cientistas, suas descobertas podem levar ao desenvolvimento de novas técnicas para tratar o vício em cocaína e crack. O estudo foi publicado neste domingo na revista Nature Neuroscience.
Até agora, os cientistas sabiam que o consumo da droga aumentava a atividade nonúcleo accumbens, região cerebral ligada ao prazer e à recompensa. No entanto o mecanismo pelo qual isso acontecia permanecia incerto. A nova pesquisa mostrou que a exposição repetida à cocaína diminui a atividade da proteína Rac1, o que parece promover as respostas comportamentais ao uso da substância. Essa proteína é encontrada em ratos, macacos e humanos, e regula o crescimento celular dos nervos.
Os resultados ainda são iniciais, e os cientistas precisam fazer mais pesquisas antes que eles possam ser aplicados em humanos. No entanto, os pesquisadores estão esperançosos de que o estudo possa levar ao desenvolvimento de um novo tratamento para o vício em cocaína, que atue diretamente nessa proteína. 

Informações da Veja, via CONSULADO SOCIAL