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sábado, 11 de fevereiro de 2012

Judeus afegãos

Acredite se quiser, mas antigamente havia milhares de judeus no Afeganistão
por Aleza Goldsmith - Boletim judaico do Norte da Califórnia


Embora a maioria dos integrantes do Taleban jamais tenha visto um judeu, o Afeganistão tinha, até pouco tempo, uma florescente comunidade judaica.
Em época tão recente quanto o início do século 20, mais de 40.000 judeus na verdade ali viviam em paz, afirma Ken Blady, um educador judeu, escritor e conferencista sobre o tema de judeus em áreas remotas do mundo.
O ÚLTIMO: Ishaq Levin acende velas de Shabat em Cabul, Afeganistão. Acredita-se que ele é um dos únicos dois judeus existentes na cidade.

Porém hoje, diz o residente de Berkeley e autor de Comunidades Judaicas em Locais Exóticos, existe lá apenas dois judeus remanescentes. 
Quando o Taleban subiu ao poder em meados dos anos 90, o Afeganistão - que certa vez fornecera imunidade aos judeus contra os Muçulmanos Xiitas da Pérsia - carecia muito de judeus.
"Os judeus podiam ser encontrados no Afeganistão desde os primeiros tempos bíblicos," afirma Blady, um aficcionado pela história que conduziu grande parte de sua pesquisa em Israel, através de entrevistas com eruditos. Visitar o Afeganistão sob o governo do Taleban não serviria para esclarecer muita coisa, acrescenta ele.
"É possível que tenham chegado lá com a dispersão das Dez Tribos de Israel em 722 AEC. Muitos acabaram indo para lá após a destruição do Primeiro Templo."
Quando Genghis Khan invadiu o Afeganistão no início do século treze, e "demoliu totalmente aquele que era um país adiantado com universidades liberais e de prestígio," também aniquilou uma grande parte dos judeus que lá viviam.
Porém mais tarde eles começaram a retornar aos poucos, principalmente no século 19, quando os Xiitas tentaram convertê-los à força.
"Na Pérsia eles tiveram uma opção, entre a espada e a conversão ao Islã," diz Blady. "O Afeganistão não era tão intolerante. Os judeus não podiam ser convertidos à força."
Entretanto, os judeus, cristãos e zoroastristas eram constantemente lembrados de sua inferioridade. Não tinham permissão de construir uma sinagoga mais alta que uma mesquita, e não podiam montar cavalos, "que estavam reservados para as classes superiores."
A maioria dos judeus trabalhava em artesanato, tingindo tapetes, ou como ambulantes, importadores e exportadores.
"Tinham um lugar rígido na sociedade, e geralmente eram protegidos pela lei. Assim como você não chutaria um cachorro, não chutaria um judeu."
Com a antiga e longa conexão dos judeus ao Afeganistão, não é surpresa total que os colonizadores britânicos certa vez notassem "algo invulgarmente judaico nos afegãos," diz Blady. "Eles usavam cachos e xales, e diz-se mesmo que acendiam velas nas sextas-feiras à noite."
Dezenas de nomes e costumes pashtuns parecem judaicos, desde os nomes das tribos pashtuns, Naftali e Asheri, até o costume pashtun de uma chupá nupcial e a circuncisão dos filhos no oitavo dia após o nascimento.
Mas apesar desta amálgama de tradição judaica, Blady afirma ser falsa a alegação de algumas tribos afegãs muçulmanas, de que são descendentes das Dez Tribos Perdidas.
O povo pashtun, do qual o Taleban faz parte, por exemplo, alega que eram judeus que foram convertidos ao Islã por conselho de um outro judeu convertido ao Islã, um discípulo de Muhamad, durante o século oitavo, diz ele. Afirmam que a cidade de Cabul "simboliza Caim e Abel" e que o nome Afeganistão é derivado do neto do Rei Saul da tribo de Binyamin, Afgana.
Blady diz que isso é mitologia. "Eles são arianos, curdos, iranianos, e de forma alguma são semíticos," afirma ele. Eles criaram esta mitologia sobre si mesmos para dominar outros povos - para dizer que, quando todos os outros eram primitivos e bárbaros, eles já eram monoteístas."
Blady diz que esta ascendência ariana deve-se em parte à época em que os nazistas tentaram estabelecer solidariedade com os afegãos durante a Segunda Guerra.
"Eles começaram a jogar panfletos dos aviões para criar inimizade e tensão para com os judeus." Muitos foram massacrados. Outros fugiram para Bombaim, o pré-Estado de Israel, Itália, Inglaterra e Estados Unidos, com a ajuda de várias organizações judaicas.
As poucas centenas de judeus remanescentes no Afeganistão depois da Guerra saíram quando os soviéticos invadiram o país em 1979.
"Quando o Taleban chegou ao poder, havia apenas uma família judia restante. Então, há mais ou menos dois anos, eles também conseguiram sair."

Fonte: http://www.chabad.org.br

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