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domingo, 22 de abril de 2012

Símbolos fálicos afastam os maus espíritos e atraem a prosperidade Republicação)


sábado, 21 de maio de 2011


Cada povo com seus deuses e símbolos. Que tal, você que acredita em quimeras religiosas, colocar o desenho de dois "pintos" na fachada da sua casa? 

Parece proposta idiota? 


Pois bem: algum tempo atrás (16/06/2010) publiquei matéria neste blog com foto da estátua de um arcebispo europeu cujo báculo (cajado) tinha uma representação de um falo, também, numa das suas extremidades.


Olhando-se pelo lado da crença do butão, provavelmente o arcebispo do "pinto envergado" queria mesmo atrair prosperidade, especialidade da Igreja, afinal.


Então, como estranhar que o povo do Butão o tenha em grande conta e respeito?


E por aqui é diferente? 


É incontável o número de pessoas que a cada segundo, invoca o "caralho" sob a forma de interjeição, isto é, quando manifesta admiração ante certa situação ou acontecimento, embora, entre os jovens, ao contrário do que faziam os portugueses e seus descendentes, utilizem a expressão "caraca".


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Veja a matéria que publiquei bem antes da Glória Maria:

Outra bizarria religiosa - O báculo penisforme


Um cajado peculiar


Numa praça da zona histórica de Braga, exactamente em frente à Igreja de São Paulo, ergue-se um modesto monumento a um dos primeiros arcebispos da cidade, D. João Peculiar.


Foi amigo e conselheiro de Afonso Henriques naquele conturbado período da fundação de Portugal (1142). Deve ter sido a pessoa mais importante a seguir ao monarca, pois foi ele quem colocou na cabeça de Afonso a coroa de primeiro rei de Portugal, na cerimónia que terá decorrido nas Cortes de Lamego.

Não conheço o pretexto, mas exactamente 828 anos depois da sua morte, a cidade de Braga pretendeu prestar-lhe uma homenagem. Vai daí encomendou ao escultor Raul Xavier uma estátua em corpo inteiro e tamanho real que simbolize o afamado arcebispo. “Simbolize”, digo eu, pois não há, de facto, nenhum registo fisionómico verídico em que se fiar; nem sequer de Afonso Henriques, que era o seu rei.


O escultor, embora não se tenha deixado tentar pelas ousadias modernistas, decidiu, ainda assim, inovar declaradamente em matéria de iconografia religiosa.

· Primeira inovação: a mitra ― aquele típico chapéu cerimonial de bispos e arcebispos ― é excessivamente pequena e, por isso, incaracterística. É mais comparável ao capacete de combate que as estátuas de Afonso Henriques costumam exibir.


· Segunda inovação: o bispo é apresentado sem mangas, apesar de estar vestido com os paramentos episcopais completos: nisso também se assemelha aos retratos que fizeram do Rei Afonso. Se há coisa que dá nas vistas nas representações de bispos e outros dignitários da Igreja, ou da Corte, é a profusão de tecidos, brocados e rendas com que os cavalheiros posavam para o retrato. Era um sinal de estatuto.

São Luís de Toulose e Santo Agostinho, ambos bispos, representados por pintores da Renascença.
· Terceira inovação: o estranho báculo que o clérigo ostenta com a mão esquerda. É sabido que o papel simbólico dos bispos na cristandade é o de serem os pastores de um rebanho de fiéis, e o atributo dessa função é o cajado, ou báculo. Habitualmente esse cajado tem um desenho característico que permite a sua rápida identificação, em pinturas e esculturas, ao longo dos séculos: costuma rematar-se, em cima, por uma forma espiralada, mais ou menos decorada. Assim foram sempre representados bispos, arcebispos e mesmo o Papa.
Mas em Braga não. Em Braga trabalha-se e inova-se. O arcebispo Peculiar é representado com um báculo que se remata em cima por um genital masculino completamente óbvio. Uma pila enorme e mole!
Quando vi pela primeira vez esta escultura, logo imaginei o gozo que deve ter sido o acolhimento público quando ela foi inaugurada em Dezembro de 2003. Cartas e fotos aos directores dos jornais, clips nos noticiários das TVs, chacota da estudantada liceal e universitária, diligências discretas junto da autarquia, promotora da iniciativa. É que um seminário fica logo ali ao lado. Mas parece que nada aconteceu. Nem sequer os pintores de grafittis, activos em todo o lado, nem eles se lembraram de deixar a sua marca.
Só posso concluir que Portugal está muito diferente, sem capacidade crítica nem gosto pelo bom humor. Braga era antigamente conhecida como a mais conservadora e beata das cidades portuguesas. Com uma catedral com mais de mil anos, os seus seis seminários e numerosos conventos femininos, um cabido forrado de doutos cónegos e o título da Roma Portuguesa, a sua fama já vem de muito longe. Até o herói da “Relíquia”, de Eça, se referia com chalaça ao excessivo clericalismo da cidade dos arcebispos.
Por isso eu imaginava que esta escultura iria desencadear por parte do clero e das boas-famílias locais uma reacção ao “despudor do cajado”, ou uma algazarra de troça da parte mais jovem e descomprometida da sociedade. Nem uma nem outra. Nem deram por nada. Comem por bom tudo o que lhes ponham na frente.
Só para acabar: na placa de latão, onde se divulga, em letra de tamanho quase ilegível o nome do escultor, refere-se um período temporal (1139-1175).
Os livros de História dizem que se desconhece a data do seu nascimento, mas que deve ter sido à volta de 1100. Porventura a data refere-se ao período em que o prelado comandou a diocese, mas não são dadas mais explicações.

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Se pararmos para pensar, com isenção, o falo é o verdadeiro "criador" da humanidade, o verdadeiro "deus", o todo poderoso. Afinal, é ele que nos engendra, em situações normais.

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Agora, a matéria da Glória Maria:

Percorrendo o vilarejo, alguns desenhos nas paredes das casas chamam a nossa atenção. Praticamente, todas as casas do Butão têm símbolos fálicos. Para eles, são normais.

Glória Maria



Seguimos pelo interior do Butão. E uma cidadezinha à beira da estrada é um retrato do país que o rei imaginou. Em uma escola, nós encontramos, na hora do recreio, crianças brincando.


Ao todo, 90% das crianças do país estão na escola. Mas até bem pouco tempo não era assim. Ainda hoje metade dos adultos não sabe ler nem escrever.


Encontramos uma moça que nos convida para conhecer o povoado. É uma pequena comunidade, onde as casas são feitas de madeira e barro, que existem por ali mesmo. Os moradores são unidos e ajudam uns aos outros. Eles comem o que plantam e constroem as casas em mutirão. Por isso, quase não precisam de dinheiro para viver.


Finalmente chegamos à casa da moça e ainda temos mais uma escada para enfrentar. É uma escada esculpida na madeira. Depois, chegamos a uma varanda com uma vista para o povoado. A casa é simples, onde vivem nove pessoas.


No Butão, as mulheres trabalham mesmo. Não são os homens que fazem o trabalho mais difícil, são as mulheres. Os quartos são espaçosos e não têm portas. Em algumas casas, podem viver até 20 pessoas. As crianças dividem o espaço com os adultos.


“Não há privacidade, o conceito de privacidade não existe nessas vilas. Todo mundo sabe o que acontece na vida de todo mundo”, aponta o líder da oposição, Tshering Tobgay.


Glória Maria pergunta como os casais namoram e fazem amor, se não tem privacidade? Ele diz que na casa mesmo e explica que, até pouco tempo, no Butão sexo não era um tabu, era uma coisa livre e natural, mas que agora, com a chegada de estrangeiros, tudo está mudando. “Esse conceito de sexualidade não era um problema aqui, mas está se tornando um problema agora”, destaca Tshering Tobgay.

Encontramos logo um bom exemplo. Percorrendo o vilarejo, alguns desenhos nas paredes das casas chamam a nossa atenção. Praticamente, todas as casas do Butão têm símbolos fálicos que para eles são normais. Esses símbolos afastam os maus espíritos e as energias negativas e atraem a prosperidade para a casa.

Fonte: G1

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