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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Para EUA, candidato a visto é dividido em "bom", "mau" e "feio"

Candidatos a vistos temporários de trabalho nos EUA não sabem, mas o consulado americano em São Paulo usa uma classificação interna que os compara a bandoleiros e golpistas do cinema. A informação é da reportagem de Vinícius Queiroz Galvão publicada na edição desta terça-feira da Folha (íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
De acordo com o texto, em um despacho interno de dezembro de 2005, revelado pelo site WikiLeaks, o ex-cônsul-geral dos EUA em São Paulo Christopher J. McMullen divide os solicitantes em "bons", "maus" e "feios", numa alusão ao filme "The Good, The Bad and The Ugly" ("Três Homens em Conflito", na versão brasileira), de Sergio Leone.
O "bom", no consulado, são jovens de classe média e de boa escolaridade que tentam ir aos EUA para trabalhar em hotéis, estações de esqui e cassinos para ganhar dinheiro, melhorar o inglês e voltar. O "mau" são parentes ou amigos de imigrantes ilegais brasileiros em busca de emprego em lavanderias e peixarias que representam grande risco porque muitos, com o visto, não voltam ao Brasil.
E, se na ficção o "feio" é rude e tem aparência descuidada, no consulado é gente desqualificada, pobre e desesperada --nesses termos. O consulado diz que, em vez de pagar US$ 10 mil para atravessar a fronteira pelo México, candidatos têm conseguido petições de trabalho fraudulentas por US$ 3.000.
A Folha e outros seis jornais do mundo têm acesso aos telegramas do WikiLeaks antes da sua divulgação no site da organização (www.wikileaks.ch).
Editoria de Arte/Folhapress
OUTRO LADO
O Consulado dos EUA em São Paulo disse ontem que não comentaria o teor do despacho em que classifica os candidatos a visto de trabalho em "bons", "maus" e "feios", numa alusão a bandidos trapaceiros do cinema.
Segundo a representação diplomática, essa categoria de vistos não representa mais uma preocupação porque, com a recessão americana, os pedidos caíram 95% entre 2006 e o ano passado. 

Fonte: FOLHA DE SP

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