Uma das vítimas morreu na queda, enquanto outra perdeu o braço.
Caso aconteceu em 7 de dezembro de 2003 em Mogi das Cruzes.
Um dos três skinheads acusados de obrigar dois jovens que vestiam camisetas com nomes de bandas punks a pularem de um trem em movimento em 7 de dezembro de 2003 em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, vai ser julgado pelos crimes de homicídio e tentativa de assassinato nesta sexta-feira (20). Uma das vítimas morreu na queda, enquanto outra perdeu o braço.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo, os réus respondem aos crimes em liberdade. O julgamento do primeiro será presidido pelo juiz Alberto Alonso Munhoz, em Mogi das Cruzes, a partir das 13h.
Juliano Aparecido de Freitas, o Dumbão, é acusado de matar Cleiton da Silva Leite, que na época tinha 20 anos, e ferir gravemente Flávio Augusto Nascimento Cordeiro, que estava com 16 anos. Leite teve traumatismo craniano após ser obrigado a pular do vagão do trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Cordeiro sobreviveu à queda, mas teve o braço direito decepado ao cair no vão que separa o trem da plataforma.
Os skinheads são conhecidos por pregar a discriminação contra negros, homossexuais, judeus e nordestinos. Os punks, que têm o anarquismo como ideologia, são considerados inimigos dos grupos neonazistas.
Agressão foi filmada
Além de Dumbão, Vinícius Parizatto, o Capeta, e Danilo Gimenez Ramos também são apontados pelo Ministério Público como os skinheads que atacaram os punks ainda dentro de um dos vagões. Os três são acusados de homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima) e tentativa de homicídio.
O processo contra os três réus foi desmembrado e cada um responde aos crimes em separado. Segundo o TJ-SP, a estimativa é que Parizatto seja julgado em 15 de maio de 2012. A data do júri de Ramos ainda não foi marcada. A defesa de ambos recorre da decisão da Justiça.
Os réus negam os crimes e alegam que os jovens saltaram do trem por vontade própria. O episódio ocorreu numa composição da linha E da CPTM, próximo à Estação Brás Cubas.
Os agressores foram identificados após serem reconhecidos por testemunhas. As imagens deles foram gravadas pelas câmeras de segurança da CPTM e divulgadas. O momento do salto e a queda das vítimas também foram filmados pelo sistema interno da rodovia. As cenas mostram o desespero das vítimas obrigadas a pular.
De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público contra os três acusados, as vítimas estavam acompanhadas de suas namoradas. Os dois jovens estavam a caminho de um shopping para jogar boliche. Os cabelos espetados com gel e camiseta de bandas punks chamaram a atenção dos skinheads.
Os “cabeças raspadas” estavam vestidos com coturnos, jaquetas e calças com detalhes militares. Além disso, estavam armados com machadinha e tchaco (instrumento de dois bastões ligados por uma corrente). Ainda segundo a Promotoria, os agressores gritaram “ou pula ou morre” para os jovens. Com medo de serem mortos dentro do vagão, os dois saltaram com o trem em movimento.
Fonte: G1
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