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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Justiça portuguesa também em crise

Cavaco apelou a “contenção verbal” na Justiça

31.01.2012 - 17:18 Por Rita Araújo
Cavaco pediu diálogo 
Cavaco pediu diálogo (Miguel Manso)
Num discurso pautado pela importância da credibilização da justiça, Cavaco Silva encerrou a cerimónia de abertura do ano judicial de 2012 apelando à cooperação entre as diversas instituições na reforma judicial.
Cavaco Silva apelou à “contenção verbal e rigor profissional”, pedindo uma “reflexão serena” sobre o funcionamento da justiça em Portugal. O Presidente da República declarou que “os problemas da justiça não dão mostras significativas de melhoria” e, num discurso que sublinhou a importância da credibilização da justiça, criticou a realidade que “persiste em revelar controvérsias que nada dizem aos cidadãos”. “Ninguém sai imune da crise de credibilidade que vem afectando a nossa justiça”, disse Cavaco, chamando a justiça e todos os intervenientes a participar na “busca de soluções” para os problemas. “A justiça não está imune ao escrutínio do povo”, afirmou o Presidente.“É fundamental obter consensos com sentido de responsabilidade”, declarou. Segundo o Presidente, o programa de assistência financeira a Portugal é uma “oportunidade única” para fazer “mudanças substantivas e efectivas” no funcionamento da justiça. Cavaco defendeu que a justiça pode dar um “contributo inadiável” para a situação actual, através das reformas estruturais consagradas no memorando com a troika.

O chefe de Estado realçou que as reformas da justiça são um “compromisso de regime” e uma “prioridade que não pode deixar de ser cumprida”, sendo que o Governo tem no memorando um “estímulo” para operar mudanças de fundo.

O discurso anterior foi proferido pela presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, que se focou no sistema prisional e apelou à “celeridade e economia de meios” da justiça
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Fonte: PUBLICO (Portugal)

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A dança da Justiça

Todos os anos por esta altura repete-se o mais inútil dos cerimoniais que abundam em Portugal – a abertura do ano judicial. Apresentam-se o chefe do Estado, o Presidente do Supremo, o ministro ou a ministra, a hierarquia do Ministério Público, demais juízes e magistrados, o bastonário – e outras figuras menores.

Por: Manuel Catarino, subdirector


Parece que a cerimónia – tirando a presença do chefe de Estado plebeu – já vem do tempo de D. Maria I, a Louca. Só a tradição explica a insistência na abertura oficial do ano judicial. Ano após ano, mais remoque menos remoque, mais recado menos recado, a conversa é a mesma. No dia seguinte, a Justiça continuará, como sempre, como o pior dos relógios: atrasa mais do que adianta.

Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)

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