Municípios e Estado capacitaram professores para lecionarem música dentro da disciplina de artes
Publicado 02/02/2012 às 10:00:53 - Atualizado em 02/02/2012 às 10:37:42
A Lei nº 11.769, sancionada em agosto de 2008, torna a música conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, da grade curricular tanto de escolas públicas quanto privadas de todo o país. Os sistemas de ensino teriam três anos letivos para se adaptarem às exigências da lei, ou seja, as escolas tiveram até o ano passado para qualificar seus professores ou contratar profissionais com formação específica. Este ano, as escolas terão de oferecer aulas de música.
O MEC (Ministério da Educação) recomenda que, além de noções básicas de música, dos cantos cívicos nacionais e dos sons de instrumentos de orquestra, os alunos aprendam ritmos, danças e sons de instrumentos regionais e folclóricos.
Em Jaraguá do Sul, as escolas municipais estão preparadas para a inserção da música. De acordo com a diretora de Ensino Fundamental da Secretaria de Educação, Sirlei Maria Schappo, o veto ao artigo da lei que cancelou a obrigatoriedade da contratação de profissional com formação específica facilitou o processo. “Assim trabalhamos com a capacitação de professores de artes para que eles ensinem música em sua disciplina”, explica. Sirlei conta que docentes de toda a região fizeram um curso oferecido pela Amvali (Associação dos Municípios do Vale do Itapocu). “Ao longo de 2010 e 2011, eles foram preparados”, comenta. No ano passado, professores participaram de oficinas no Femusc (Festival de Música de Santa Catarina).
Para alunos do pré ao 5º ano, a música não estará inserida em uma disciplina específica, mas será trabalhada em estratégias que podem ser usadas no dia a dia dos pequenos. Já os alunos do 6º ao 9º ano terão como parte da disciplina de artes. A contratação de profissionais formados em música se deu por meio de concurso. Conforme Sirlei, o processo ainda está em fase de seleção. “A princípio, devemos ter dois professores que vão lecionar 40 horas cada um”, diz.
Nas escolas estaduais, a música será oferecida apenas para turmas de ensino inovador, alunos de tempo integral. Quem explica é a gerente de Educação da SDR (Secretaria de Desenvolvimento Regional de Jaraguá do Sul), Lorita Karsten. Segundo ela, o Estado não programou o ensino para a grade curricular de todas as escolas. O ensino inovador é para alunos de ensino médio. “Não tem como inserir de uma hora para a outra, principalmente com a troca de governo”, complementa.
Liara acredita no ensino para além da música
A professora de música Liara Krobot acredita que a música é uma ferramenta eficaz não só para o ensino da própria música, mas salienta quanta atenção e disciplina são desenvolvidas por meio desta arte. “Eu acho que foi uma luta dentro da nossa classe. Na verdade, a música nunca esteve fora da grade curricular, mas entendia-se de forma diferente”, diz. Segundo Liara, com a garantia da lei foi possível firmar a presença da música em sala de aula. Liara, no entanto, não acha que a música deva estar sozinha. “Dentro das artes é possível ter a música incluída”, acrescenta. Mas, ela lembra da importância de ser aplicada por professores de música, praticamente inexistentes no quadro docente.
Oferecendo aulas para alunos de todas as idades
Nos outros municípios do Vale do Itapocu, os profissionais de educação também foram preparados para ministrar música. Em Schroeder, um convênio com a universidade FURB de Blumenau, chamado “Arte na Escola”, trabalhou música e artes visuais com pedagogos. Segundo a orientadora educacional do município, Armelinda Schmitt, o curso iniciou em agosto passado e os profissionais iam a Blumenau uma vez por mês. Alunos da educação infantil ao ensino fundamental terão as aulas.
Em Corupá, a tradição da música está presente em toda cidade. A Escola de Música do Município atende hoje a 300 alunos. O secretário de Educação, Jonei Morozini, explica que os professores realizaram a capacitação proposta pela Amvali. Está previsto desde musicalização até a montagem de instrumentos musicais na grade curricular. Até o fechamento desta edição, os representantes da educação dos municípios de Guaramirim e Massaranduba não haviam respondido.
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