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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Em e-mails, médicos do Souza Aguiar recomendam recusar pacientes

Profissionais também comentam entre si os erros ocorridos durante cirurgias e fazem reserva de leitos

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O húngaro Andreas Palluch, que morreu no Souza Aguiar, com a filha
Foto: Divulgação

O húngaro Andreas Palluch, que morreu no Souza Aguiar, com a filha Divulgação
RIO - Uma troca de e-mails entre médicos do Hospital municipal Souza Aguiar revelou que, além das mazelas enfrentadas pelos profissionais, como a falta de material e de pessoal, os médicos do Centro de Tratamento Intensivo (CTI) também comentam entre si os erros ocorridos durante cirurgias, fazem reserva de leitos e até recusam pacientes em estado grave oriundos das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs). É o que revelou uma reportagem exibida na noite desta quarta-feira no "Jornal das Dez", da Globonews. Os repórteres Rafael Coimbra e Antônia Martinho chegaram aos e-mails quando faziam uma reportagem do caso do cineasta húngaro Andreas Palluch, radicado no Brasil, que levou uma gravata durante uma assalto, na Lapa, na sexta-feira de carnaval, 17 de fevereiro, e morreu 47 dias depois no Souza Aguiar.
Andrea Palluch, filha do cineasta, disse que o pai teria sido levado para o hospital por um policial, mas não foi feito um boletim de ocorrência. Ele teria chegado lúcido e andando normalmente.
Filha culpa sequência de erros pela morte do pai
Andrea, que mora na Inglaterra, e veio para o Brasil acompanhar o estado de saúde do pai, denunciou que, depois da internação, houve uma sequência de erros, o que teria provocado a morte de Andreas Palluch. Ela disse que chegou a recorrer à Defensoria Pública, pedindo um laudo detalhado da situação de Palluch e agora vai denunciar o caso ao Ministério Público e, provavelmente, entrar com uma ação contra o estado porque não houve boletim de ocorrência do assalto. No atestado de óbito do cineasta, a causa da morte não é definida. Há uma anotação de que são necessárias informações hospitalares.
A pressão feita pela família para que o hospital tomasse providências está registrada na troca de e-mails dos médicos. O responsável pelo CTI diz que a família do paciente tem se mostrado muito problemática. Na mensagem, postada em 16 de março, o médico ainda revela que a cirurgia de Palluch, agendada para o dia anterior, precisou ser remarcada para cinco dias depois devido a um erro do fornecedor na entrega do material que seria usado para a sustentar a coluna do paciente.
O fórum de discussão pela internet foi criado em fevereiro de 2010 para tratar assuntos do CTI. As conversas, no entanto, deveriam ficar restrita ao grupo — que tinha 32 participantes —, mas por um erro estava disponível na internet até segunda-feira. Anteontem, o material já tinha sido removido.
Em outra troca de mensagens, o responsável pelo CTI pede aos médicos que sejam criteriosos na escolha do paciente a ser internado. O médico, que não quis gravar entrevista, diz no e-mail que a recomendação é para que as vagas sejam preenchidas rapidamente para evitar transferências externas, na maioria dos casos de pacientes em estado grave e moribundos removidos das UPAs.
Casos de imperícia também são relatados. Num deles, um médico fala da falta de enfermeiros e informa que tem uma doença infecciosa, mas o isolamento não é feito da forma adequado, com risco de disseminação. Em outro, o profissional chama a atenção para um objeto metálico esquecido dentro do corpo de um paciente. Ele ressalta que, felizmente, nas palavras dele, o descuido tinha sido descoberto antes de o corpo seguir para o IML, evitando que o Souza Aguiar fosse questionado.
Em enviada à Globonews, a secretaria municipal de Saúde não comentou a troca de e-mails e informou que o prontuário médico é o único documento oficial reconhecido pelo órgão. Quanto à conduta dos médicos, a secretaria ressaltou que o assunto cabe às comissões de ética.
Segundo a direção do Hospital Souza Aguiar, o paciente Andreas Palluch deu entrada na unidade em estado muito grave e, na ocasião, não havia condições clínicas de ser submetido a cirurgia. Após a estabilização do quadro, o paciente pôde ser operado. Ainda segundo a direção, os familiares receberam toda a assistência necessária e foram orientados sobre o quadro clínico do paciente. Além disso, tiveram acesso a uma cópia do prontuário com todas as informações.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com

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