Espanha promete retaliar se Argentina nacionalizar Repsol
Ações contra a petrolífera espanhola podem levar a um confronto diplomático
MADRI — Ante rumores sobre a possível intervenção do governo
argentino na YPF, filial da espanhola Repsol no país latino-americano, o
ministro da Indústria da Espanha, José Manuel Soria, afirmou ontem que o
governo de Madri retaliará se houver uma nacionalização da companhia.
—
O governo da Espanha defende os interesses de todas as empresas
espanholas, dentro e fora do país. Se, em alguma parte do mundo, houver
gestos de hostilidade em relação a esses interesses, o governo os
interpretará como gestos de hostilidade em relação à Espanha e ao
governo da Espanha. e haverá consequências — afirmou Soria em Varsóvia.
A
mensagem de Soria é muito parecida com a que ele comunicou às
autoridades argentinas durante uma viagem-relâmpago no fim de fevereiro a
Buenos Aires. Agora, no entanto, ele usou um tom mais forte, destacando
o risco de um conflito diplomático.
Desde janeiro, o governo
argentino lança ataques contra a Repsol-YPF, alegando que a companhia
não investiu o suficiente no país para aumentar a produção. Em cinco
províncias, os contratos com a empresa foram rescindidos. Desde semana
passada, há rumores de que a Argentina prepara um projeto para
nacionalizar 50,01% da companhia.
O futuro da Repsol-YPF na
Argentina estava em discussão na noite de quinta-feira, numa reunião da
presidente do país Cristina Kirchner com os governadores de dez
províncias petrolíferas argentinas.
Mas a petroleira Repsol disse nesta sexta-feira que não recebeu nenhuma comunicação do governo argentino sobre sua filial YPF.
"Repsol
não recebeu notificação alguma por parte das autoridades argentinas em
relação a sua participação acionária em sua filial YPF", disse a empresa
espanhola em um comunicado.
A imprensa local informou na
quinta-feira que o governo argentino havia iniciado os trâmites para
desapropriar 50,01% da YPF, mas em uma reunião prevista entre a
presidente Cristina Kirchner e os governadores das dez províncias
petroleiras na Argentina para analisar a situação do setor esta decisão
não foi confirmada.
- Foi analisada em profundidade a reversão das
áreas (de hidrocarbonetos para YPF). Está tudo em análise, mas não há
nenhum projeto de lei - disse o governo da província de Jujuy, Eduardo
Fellner.
Anteriormente, o jornal "Clarín" tinha publicado em sua
edição online que o governo já havia enviado ao Congresso um projeto de
lei para desapropriar 50,01% da YPF, o que gerou especulações nos
mercados e uma reação política na Espanha.
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