Presidente do TJ-SP quer rever restrição a nomeação de parentes
PAULO GAMA
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Ivan
Sartori, defendeu nesta quarta-feira flexibilizar o trecho de uma lei
que impede a nomeação de parentes de integrantes do tribunal para as
recém-criadas vagas de assistente judiciário na corte.
Esses assessores atuam, por exemplo, na redação de sentenças.
A lei que prevê a criação de 2.199 cargos comissionados
--que serão preenchidos apenas por servidores já concursados do
tribunal-- foi sancionada ontem e veda expressamente a nomeação de
"cônjuge, afim ou parente de até terceiro grau de qualquer integrante"
do Judiciário paulista.
Em sessão com outros desembargadores, Sartori afirmou que a exigência tinha de ser "mitigada".
"Isso nós vamos ter de mitigar, porque se nós impedirmos que seja
nomeado qualquer escrevente, qualquer servidor que tenha parentesco no
tribunal inteiro, não vai ser nomeado ninguém. Vamos ter de fazer uma
alteração na legislação", afirmou.
De acordo com Sartori, a exigência só consta da lei porque o projeto
inicial previa que os nomeados fossem escolhidos livremente pelos
magistrados.
Uma vez que a lei passou a exigir a escolha apenas entre os servidores
já concursados, não haveria por que manter a determinação nesses termos.
Uma das ideias é exigir que a restrição valha apenas para cargos na
mesma comarca.
Para Sartori, a mudança não se chocaria com a súmula antinepotismo do
STF (Supremo Tribunal Federal) pois os cargos serão preenchidos com
servidores já concursados.
O presidente do tribunal, no entanto, ainda não sabe exatamente como tentará a alteração.
NOVOS RECURSOS
Na sessão, Sartori anunciou também a liberação de RS 29,5 milhões pelo
governo do Estado para a contratação de mil novos funcionários para a
corte --parte deles para suprir os que forem nomeados para os cargos de
assistente judiciário recém-criados.
A liberação de mais recursos para o tribunal é pleiteada por Sartori desde que tomou posse, no início do ano.
Fonte: FOLHA DE SP
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