LEITOR ELIANE CECCON
DE CUERNAVACA (MÉXICO)
DE CUERNAVACA (MÉXICO)
Acho que o aborto é, não só, uma questão de saúde pública, como é também uma questão machista e classista!
Quando uma mulher pobre engravida e o responsável masculino não assume a responsabilidade (acontece na maioria dos casos) ela tem duas opções: arriscar sua vida ao tentar abortar de maneira clandestina e barata; ou ter um filho sem pai e sem dinheiro.
O que acontece na maioria dos casos é que esta criança vai ser criada na rua, pois a mãe tem que trabalhar para mantê-lo, e tem grande possibilidade de ser marginalizada. Existem estatísticas que demonstram que a maioria dos presidiários no Brasil tem somente o sobrenome da mãe.
Além disso, porque penalizar a mulher que aborta e não penalizar o homem que gerou o filho e não se reponsabilizou?
A lei que criminaliza o aborto somente penaliza as mulheres e pobres. Esta é a realidade do país.
Além disso, o Brasil é um país laico e a questão moral do aborto é religiosa. Assim, um Estado dito laico devería fazer leis para toda a população, não somente para os religiosos.
Todos falam mal dos Estados que não são laicos, como o Irã. No entanto, não liberar o aborto, que é uma questao de saude pública, é atuar como um Estado religioso.
Iván Franco - 27.dez.2011/Efe | ||
Senadores uruguaios durante sessão que aprovou legalização do aborto no país; projeto segue para Câmara |
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Fonte: FOLHA DE SP
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