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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Mulher-atômica solta livro e complica eleição para Sarkozy


 
De ROMA, exclusivo para o Portal Terra.
 
 
Fora a crise econômica, os europeus se informam permanentemente sobre eleições na França, cujo primeiro turno ocorrerá nos próximos 10 dias.
 
Hoje, fala-se do livro da “Atomic Anne”, cujo título, A Mulher Que Resiste (Le Femme Qui Résiste) tirou, desde o lançamento ontem, o sono do presidente francês Nicolas Sarkozy, de 57 anos, eleito em 2007.
 
Aos 52 anos e considerada uma das maiores autoridades em questões nucleares, Anne Lauvergeon — apelidada “Atomic Anne” e já manda-chuva do Areva, o maior e mais antigo complexo nuclear do mundo — conta como Sarkozy montou um clã para controlar a França e satisfazer suas vontades “napoleônicas”, como se fosse um casting de televisão.
 
Atomic Anne fala do alto de quem recusou um ministério de Sarkozy, após ter deixado o comando do colosso nuclear Areva. Ela explica as razões de haver deixado o governo e se distanciado, frise-se, do clã aparelhado a serviço de Sarkozy, e não da França.
 
Uma das bombas do livro La Femme Qui Résist diz respeito ao falecido e sanguinário ditador líbio Muammar Kadafi. Depois da intervenção de Sarkozy na liberação das enfermeiras búlgaras aprisionadas pelo ditador líbio sob a falsa acusação de elimarem pacientes, o presidente francês comprometeu-se a vender a Kadafi um reator nuclear, a pretexto de uso na dessalinização de água do mar. Não fosse a resistência no seio do governo de Atomic Anne o negócio seria fechado. E isso tudo aconteceu, frisou Atomic Anne, um ano antes do início da revolta em Bengasi, que derrubou o ditador.
 
Outro episódio contado por Anne mostra o lado mitômano de Sarkozy em busca de uma liderança internacional, ainda que com promessas impossíveis de serem cumpridas. Na tragédia nuclear de Fukushima, o Japão solicitou a opinião técnica de Atomic Anne, que não se furtou. Tão logo soube, Sarkozy foi para o Japão como pronto a resolver na solução técnica. 
 
Por evidente, Anne vai votar em François Hollande, dado na última pesquisa como primeiro colocado e, portanto, nome certo para disputar o segundo turno: não se cogita em vitória de Hollande no primeiro turno.
 
Outro episódio do livro, a mostrar aquilo que  Atomic Anne define como formação de clã, com ministros no papel de meros sabujos do presidente Sarkozy, diz respeito à Air France. A autora do livro, depois de recusar ministérios, narra ter Sarkozy oferecido-lhe a presidência da Air France. Na negativa ao convite, ela teria disparado:  “Sei tudo de centrais nucleares e absolutamente nada de aviação”.
 
Sobre a Air France, e quando do convite, Atomic Anne revela que o interessado no posto era Alexandre de Juanic, amigo íntimo e seguidor fiel das ordens de Sarkozy. Mas, sobre Juanic, o presidente disse a Atomic Anne que ele não sabia nada de aviação. No livro, a autora pergunta quem virou presidente da Air France e, na sequência, dá a resposta: Alexandre de Juanic.
 
Pano rápido. Ao contrário do Brasil, onde o livro A Privataria Tucana foi ignorado por parte da mídia, na França, terra dos enciclopedistas, do Iluminismo, da Revolução e dos Direitos do Homem e do Cidadão, não dá para esconder nada. E cada um, faz o próprio juízo sobre as obras publicadas.
 
Wálter Fanganiello Maierovitch     

Fonte: TERRA

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