Corregedoria identifica PMs que insultaram baleado agonizante
A Corregedoria da PM identificou os dois policiais que apareceram em um
vídeo de 2008 insultando dois suspeitos baleados que agonizavam no chão.
"Estrebucha, filho da p.", diz um deles. O policial se dirige ao outro
baleado, um adolescente, e repete o tom de escárnio: "Por que esse não
morreu ainda? Deu sorte, hein, meu? Tomara que você morra no caminho
(dentro da viatura)." De acordo com a Corregedoria, os policiais no
vídeo são Sérgio Benedito e Cristiano Cardoso de Albuquerque, então
lotados no 38º Batalhão da PM, zona leste de São Paulo. Atualmente o
cabo Benedito está na 1ª companhia do 38º Batalhão, e o soldado
Albuquerque, na 5ª companhia. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Quem agonizava no chão eram o borracheiro Diego Arruda Ramos, hoje com
20 anos, e seu tio, Tiago Silva de Oliveira, suspeitos de roubar
cheques, celulares e R$ 525. Eles foram atingidos por tiros disparados
pelo guarda-civil André Pereira Alves, que reagiu ao roubo atribuído à
dupla. Ferido por um tiro na cabeça, Oliveira morreu depois de três dias
internado. Ramos, à época com 16 anos, tomou seis tiros, ficou um mês
internado e sobreviveu. No vídeo, ele aparece com uma blusa amarela.
Após a divulgação do vídeo, Ramos disse em entrevista à Folha que as
humilhações por parte dos PMs duraram cerca de 40 minutos. O
comandante-geral da PM à época da divulgação do vídeo, coronel Álvaro
Batista Camilo, pediu desculpas públicas aos familiares de Oliveira por
causa do episódio. Um dia após o vídeo ser revelado pela Folha, Camilo
mandou prender dez policiais militares (inclusive Benedito e
Albuquerque) que participaram de alguma forma desta ocorrência policial.
Benedito e Albuquerque serão interrogados nesta quinta-feira por um
Conselho de Disciplina (processo administrativo da PM) para decidir se
eles serão expulsos, demitidos ou permanecerão na corporação.
Fonte: TERRA
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