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domingo, 30 de janeiro de 2011

Bento XVI assinou documento que questionava celibato, afirma jornal


Joseph Ratzinger, então professor de teologia, foi um dos signatários de documento enviado à conferência episcopal alemã, há 40 anos


O papa Bento XVI teve dúvidas a respeito do sentido do celibato sacerdotal quando era professor de teologia na Alemanha, afirma o jornal alemão "Süddeutsche Zeitung". Segundo a reportagem, o questionamento está em um documento redigido há 40 anos e que permaneceu inédito até ser publicado agora pela revista "Pipeline", órgão de difusão do círculo de ação de Regensburg (AKR, na sigla em alemão) – grupo de católicos críticos. Joseph Ratzinger era um dos signatários da carta enviada à conferência episcopal alemã.
Ratzinger tinha 42 anos quando o documento foi redigido e era professor de teologia em Regensburg.
Uma minuta do documento ficou no arquivo do teólogo Karl Rahner, um dos signatários, que a colocou à disposição do AKR.
"Nossas reflexões apontam à necessidade de uma urgente revisão e um tratamento diferenciado da regra do celibato para a igreja alemã e para a igreja universal", defende o documento, que tem entre os signatários, além do papa, personalidades como Karl Lehman, posteriormente cardeal e presidente da Conferência Episcopal Alemã, e Walter Kasper, atualmente cardeal na cúria romana.
Bento XVI e os outros teólogos expressam sua preocupação pelo fato de que a regra do celibato leva não só a uma escassez de candidatos ao sacerdócio, mas também a um diminuição do talento daqueles que optam pela vida sacerdotal. Os teólogos apontam para a dificuldade de viver o celibato no mundo atual.
Os signatários afirmavam que a solidão leva muitas vezes à perda de reconhecimento dos sacerdotes em suas comunidades e que o exercício da continência sexual em um mundo repleto de estímulos eróticos era cada vez mais difícil.
O documento adverte que se o tema do celibato não for discutido ao mais alto nível, mais cedo ou mais tarde estará sendo debatido em um nível mais baixo, e expressa o temor de uma perda de autoridade dos bispos e de uma deserção em massa de sacerdotes. Os teólogos também lembram que o celibato não é um dogma e afirmam que caso não seja possível recrutar um número suficiente de sacerdotes jovens, a Igreja será obrigada a sofrer transformações.
LY



Comentários
  • Diego Guimaraes | RJ / Rio de Janeiro | 29/01/2011 19:43
    Inversão de Valores
    Esta revisão no tratamento do celibato acaba invertendo os valores de nossa sociedade, coisa que o homem sabe fazer muito bem. O próprio texto diz: "o exercício da continência sexual em um mundo repleto de estímulos eróticos era cada vez mais difícil." isto quer dizer que estamos convertendo a nossa igreja aos desejos mundanos e não convertendo o mundo aos fundamentos da igreja. O celibato se expressa totalmente por doação do seu corpo a Deus, portanto se for reformulada será facilmente corrompida. Assim como Geovane disse torço para que nossa igreja reformule sim o uso de contraceptivos, mas a posição da igreja deve ser reta, a liberação da camisinha com o intuito contraceptivo é valido, mas acaba abrindo brecha para uma vida sexual desenfreada, perdendo o real sentido dos ensinamentos religiosos. Portanto o celibado mantem somente os sacerdotes que desejam doar sua vida a Deus. Em relação aos pedofilos não ligaria isto ao fato de falta de sexo, mas a tentativa de corromper nossa igreja, mas como Jesus disse a Pedro: "Sobre esta pedra que erguerei minha igreja, e as portas do inferno não prevaleceram sobre ela".
  • Rayane do Nascimento Corrêa | ES / São Mateus | 29/01/2011 17:50
    Valores
    Hoje, ser santo é abdicar aquilo que o mundo oferece. Na história nunca faltaram religiosos que doassem sua vida incondicionalmente, que fizessem o voto de castidade, consagrando-se totalmente a Deus e aos irmãos. Portanto, não será agora, mesmo com tanta apologia ao sexo e a outros vícios, que a Divina Providência deixará Sua Igreja perecer por falta de religiosos. Hoje, os meios de comunicação possuem a vontade ferrenha de exaltar os erros dos filhos da Igreja, mas são incapazes de falar o quanto a Igreja foi FUNDAMENTAL para a sociedade, berçando-a, sendo aquela que presevou a ciência, que fundou as Universidades, que ensinou os valores que hoje seus filhos ingratos não reconhecem.
  • Araujo | MG / Uberlândia | 29/01/2011 10:05
    Pedofilia
    Há presidiários que quando proibidos por muitos anos de receberem visitas íntimas, se tornam homosexuais ativos. Será que podemos deduzir que muitos padres são pedófilos por não poderem ter contato afetivo com mulheres?
Fonte: Rev. ÉPOCA  com agência EFE

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