da EFE
O corpo do padre jesuíta americano Ferdinand Azevedo, 72, foi encontrado
sem roupas, com as mãos amarradas e uma corda no pescoço em um
apartamento em Janga, litoral de Pernambuco, onde realizava um retiro
espiritual, informaram nesta terça-feira fontes oficiais.
O corpo foi achado na noite da segunda (17) por membros de sua
congregação que tentavam entrar em contato com o americano há vários
dias e que, perante a falta de resposta, decidiram buscá-lo pessoalmente
no apartamento em Janga, onde os jesuítas realizam retiros individuais.
Apesar das circunstâncias em que foi achado, o corpo não tinha sinais de violência nem ferimentos aparentes.
A delegada de Janga, Morgana Alves, informou que abriu uma investigação
para estabelecer as causas da morte e acrescentou que espera os
resultados da autópsia para saber se o padre tem lesões internas, que
podem ser indícios de homicídio.
O episódio ocorreu na cidade de Paulista, situada a poucos quilômetros
de Recife. O corpo estava de joelhos e em avançado estado de
decomposição, por isso presumem que o sacerdote morreu alguns dias
antes.
O religioso, que vivia no Brasil desde 1975 e chegou a ser provincial
dos jesuítas em Pernambuco, acostumava realizar todos os anos um retiro
de 10 dias no mesmo balneário.
Azevedo era pesquisador e professor no departamento de Ciências da
Religião da Universidade Católica de Pernambuco, em Recife, e coordenava
o Instituto de Pesquisa Pai Nogueira Machado, vinculado ao mesmo centro
acadêmico.
Formado em Filosofia pela Gonzaga Universidade (1963), o jesuíta tinha
mestrado em História na Loyola University of Los Angeles (1968) e
doutorado também em História na The Catholic University of América
(1974) em Washington.
O americano, que se ordenou sacerdote na Companhia de Jesus em 1970,
recebeu em 1997 o título de Cidadão Pernambucano, concedido pela
Assembleia Legislativa de Pernambuco por sua contribuição à educação no
Estado.
Fonte: FOLHA DE SP
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