Os Tribunais de Contas, tanto o da União, quanto os estaduais, sempre foram cabides de emprego para políticos com prazos vencidos.
Os funcionários de carreira ainda trabalham, mas os conselheiros...
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Ministros e procuradores do TCU (Tribunal de Contas da União) usam
dinheiro público para esticar os finais de semana quando viajam, na
maior parte das vezes, a seus Estados de origem.
As datas das passagens emitidas pela corte em 2010 indicam que, em 38
viagens, autoridades do primeiro escalão esticaram fins de semana e
feriados para períodos de 5 dias ou mais.
Destas viagens, 35 foram para os Estados natais.
A rotina do TCU inclui uma sessão plenária, que reúne todos os
ministros, às quartas em Brasília. Na terça, há reuniões dos ministros
divididos em duas turmas. O restante da semana, em tese, é dedicada
principalmente à análise dos processos.
Ao contrário de parlamentares, que esticam os fins de semana alegando a
necessidade de contato com os seus eleitores, os ministros e
procuradores do TCU não são escolhidos pelo voto, e sim nomeados pelo
Executivo.
A Folha revelou ontem que o TCU editou, em 2009, uma resolução
interna que estabelece cota anual de passagens que varia de R$ 14 mil a
R$ 43 mil para 20 autoridades (ministros, ministros-substitutos,
subprocuradores e procuradores junto ao TCU). Para usar a cota, basta
uma requisição do gabinete.
Segundo o tribunal, o objetivo é a "representação do cargo", a suposta participação em congressos e eventos.
Na prática, as cotas têm sido utilizadas para viagens aos Estados de origem ou onde as autoridades possuem endereço residencial.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) considerou a resolução ilegal e afirma que vai pedir sua revogação.
Os registros das passagens mostram que era comum para 11 das 13
autoridades que usaram a cota saírem de Brasília na quarta ou quinta e
só retornarem na terça.
O ministro Valmir Campelo, por exemplo, passou por duas vezes 12 dias em
seu Estado, o Ceará, segundo os registros de suas passagens.
O TCU reiterou o que dissera à Folha anteontem. Segundo a corte, a
resolução é legal e seu uso é controlado. A assessoria disse ainda que
haveria apenas uma resposta institucional, e que os ministros não se
manifestariam.
Segundo o presidente da OAB, Ophir Cavalcante, o TCU não tem poderes
para editar uma resolução que impacte os cofres públicos: "Isso depende
de lei. Só o Legislativo poderia fazê-lo."
Fonte: FOLHA DE SP
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