A notícia abaixo não aponta os laboratórios responsáveis pelo absurdo de produzir tais substâncias e lançá-las no mercado.
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Lígia Formenti, de O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) determinou o banimento do agrotóxico metamidofós do Brasil. O
produto, usado nas lavouras de algodão, amendoim, batata, feijão, soja,
tomate e trigo pode provocar prejuízos para o feto, além de ser
prejudicial para os sistemas neurológico, imunológico, reprodutor e
endócrino.
Esse é o quarto agrotóxico cuja comercialização é proibida pela
Anvisa desde 2008, quando a agência preparou uma lista de reavaliação
com 14 produtos suspeitos de provocar danos à saúde.
Além do metamidofós, foram proibidos o cihexatina, o tricloform e o
endossulfam. "Nossa expectativa é avaliar todos os produtos da lista
neste ano. Até porque certamente novos produtos deverão ser incluídos
para reavaliação", afirmou Luiz Claudio Meirelles, gerente geral de
toxicologia da Anvisa.
A retirada do metamidofós do mercado brasileiro será feita de
maneira programada. Pela decisão, publicada nesta segunda-feira, 17, no
Diário Oficial da União, o produto poderá ser comercializado somente até
o fim do ano. O agrotóxico poderá ser usado nas lavouras até junho de
2012.
Meirelles afirmou que a retirada programada é feita de forma a não
provocar impacto negativo na agricultura. "É preciso também que haja
tempo para os produtores se adaptarem e terem acesso a produtos menos
tóxicos."
O metamidofós já foi banido nos países da União Europeia, na China,
Indonésia, Costa do Marfim, em Samoa, no Paquistão e Japão. De acordo
com Meirelles, o produto encontra-se em processo de retirada nos Estados
Unidos.
O agrotóxico já havia passado por reavaliação da Anvisa em 2002. Na
época, o uso do produto foi restrito, além de a forma de aplicação ter
sido alterada. No mesmo ano, também foi realizada a primeira reavaliação
de agrotóxicos no Brasil pela Anvisa, com banimento de quatro deles. A
análise da lista de 2008, por sua vez, demorou para ganhar ritmo. Por
pressões políticas, divergências no governo e ações na Justiça, somente
no ano passado as avaliações começaram a ser feitas com maior rapidez.
Para evitar que fabricantes acabem logo com seus estoques, a
comercialização do metamidofós até dezembro não poderá ultrapassar a
média histórica de vendas. "Vamos fiscalizar o cumprimento dessa
determinação", disse Meirelles.
Com a decisão da Anvisa, também não serão autorizados registros de
novos compostos que levem metamidofós, nem a importação do produto.
Terminado o prazo em que a comercialização é permitida, os fabricantes
ficarão responsáveis pela retirada das unidades remanescentes do
mercado.
Fonte: ESTADO DE SP
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