O chamado Exército do Povo Paraguaio (EPP) reivindicou a autoria
do ataque ocorrido na noite de domingo na pequena cidade de Horqueta, no
departamento de Concepción, 550 quilômetros ao norte de Assunção.
"É um atentado criminoso com características terroristas...a
principal hipótese é de que se trata do autodenominado EPP", disse o
ministro do Interior, Rafael Filizzola, numa entrevista coletiva.
O ministro explicou que o artefato foi colocado na frente da
delegacia e explodiu no momento em que uma patrulha com quatro agentes
saía para atender um pedido de auxílio.
A explosão causou danos a residências próximas à delegacia
policial, situada numa região produtora de gado perto da fronteira com o
Brasil, indicando um aumento da violência nas ações do grupo.
O ataque à delegacia coincide com o primeiro aniversário da
libertação do pecuarista Fidel Zavala, do último sequestro do EPP, e
ocorre quatro dias depois de duas bombas de fabricação caseira
explodirem perto de um canal de televisão e em um parque de Assunção.
O EPP já havia reivindicado a colocação de um artefato na sede do
Poder Judiciário em abril de 2009 e de uma bomba na caminhonete de
Zavala quando ele foi sequestrado no final daquele mesmo ano, deixando
dois policiais feridos.
Mas o chefe de inteligência da polícia, Carlos Altemburguer, disse que o grupo estava usando cada vez mais explosivos.
"Eles têm o treinamento e os insumos. Agora estamos entrando
nessa etapa de ataques com explosivos que é de maior risco, porque são
indiscriminados", afirmou.
Integrantes do EPP que as autoridades vinculam à guerrilha
colombiana Farc são apontados como responsáveis por sequestros e ataques
na década passada, incluindo o da filha do ex-presidente Raúl Cubas,
assassinada em cativeiro há seis anos.
(Reportagem de Daniela Desantis)
Fonte: REUTERS
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