Um egípcio foi condenado à morte
pelo assassinato de seis cristãos coptas e de um policial muçulmano em
janeiro de 2010, num momento em que cresce a desconfiança interreligiosa
no país.
Mohamed Ahmed Hussein foi declarado culpado por
ter matado as sete pessoas a tiros na saída de uma missa em Naga Hamady,
no sul do Egito.
Acredita-se que o ataque tenha sido um ato de
vingança pelo suposto estupro de uma menina muçulmana de 12 anos – as
suspeitas do crime recaíam sobre um cristão.
A decisão da corte egípcia ocorre duas semanas
depois de um homem-bomba ter matado 23 pessoas e ferido quase cem em uma
igreja copta em Alexandria.
‘Premeditado’
Hussein, também conhecido como Hamam Kamouni,
foi condenado por “assassinato premeditado” e pela “intimidação de
cidadãos”. Seu advogado de defesa alega que a sentença foi influenciada
pelos crimes em Alexandria.
Outros dois homens estão sendo julgados pelos assassinatos e devem ter seu veredicto anunciado na semana que vem.
O correspondente da BBC no Cairo Jon Leyne
relata que o caso de Hussein provocou revolta entre a comunidade copta –
que representa 10% da população egípcia –, em parte por causa da demora
em julgar o caso, mas também porque o condenado tem supostos laços com
um parlamentar do partido governista.
Os coptas egípcios se queixam de discriminação e de impunidade nos crimes que afetam sua comunidade.
Ao mesmo tempo, nos últimos meses, os coptas têm
sido acusados por muçulmanos de manterem pessoas convertidas ao
Islamismo na igreja contra a sua vontade.
As igrejas coptas em Alexandria estão em alerta
desde os atentados de 31 de dezembro, que resultaram na morte de 23
pessoas – o pior ato de violência sectária no Egito na última década.
Nenhum grupo assumiu a autoria do crime, mas,
depois disso, alguns sites de radicais islâmicos falaram em novos
ataques e publicaram online endereços de igrejas coptas no Egito e na
Europa, com instruções de como atacá-las.
Fonte: BBC
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