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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Criada calculadora para saber quanto dura um processo

Um grupo de cidadãos criou um sistema de cálculo online que permite visualizar a duração de processos judiciais em várias comarcas para ajudar a compreender melhor a Justiça em Portugal.
O sistema permite calcular, por exemplo, a duração de processos por área geográfica, assim como por tipo de processo, permitindo saber que um processo civil nos Juízos Cíveis de Lisboa tem uma duração média de 62 meses, enquanto em Coimbra o mesmo processo demoraria 19 meses.  
"Apercebemo-nos que a justiça é uma das áreas mais faladas e vemos casos de processos que duram 20 anos. Achámos que sendo nós da área das Tecnologias de Informação, poderíamos desenvolver uma ferramenta que permitisse conhecer melhor o sistema", disse à Lusa Paulo Trezentos, professor assistente do  Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE) e um dos autores do projecto.  
O Justiça Open Data centra-se na criação de elementos visuais que ajudam a compreender indicadores e estatísticas, permitindo assim uma melhor compreensão  da realidade e ao mesmo tempo disponibilizar via internet os dados recolhidos. 
A escolha da área da justiça, com a qual os mentores do projecto não têm qualquer afinidade profissional, prende-se com a percepção de que "este sector é dos mais inoperantes".  
"Em dois meses foi criada a equipa depois de termos participado no Sapo Codebits, um evento que reúne programadores para implementar ideias", explicou. 
Segundo o grupo, nos dias de hoje a informação é mais do que estatísticas ou dados em bruto sendo seu entendimento de que prestar informação é fornecer mecanismos de visualização que permitam interpretar o que está acontecer, explorando os dados de forma simplificada.   
"E essa é uma lacuna que as consequentes vagas de modernização da Administração Pública ainda não colmataram", explicam.  
O OpenData é um projecto não-lucrativo, não governamental e desenvolvido originalmente no âmbito do SAPO Codebits, sendo a informação sobre os serviços de justiça baseada nos dados estatísticos oficiais.   

Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)

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