O
sistema permite calcular, por exemplo, a duração de processos por área
geográfica, assim como por tipo de processo, permitindo saber que um
processo civil nos Juízos Cíveis de Lisboa tem uma duração média de 62
meses, enquanto em Coimbra o mesmo processo demoraria 19 meses.
"Apercebemo-nos
que a justiça é uma das áreas mais faladas e vemos casos de processos
que duram 20 anos. Achámos que sendo nós da área das Tecnologias de
Informação, poderíamos desenvolver uma ferramenta que permitisse
conhecer melhor o sistema", disse à Lusa Paulo Trezentos, professor
assistente do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
(ISCTE) e um dos autores do projecto.
O Justiça Open Data
centra-se na criação de elementos visuais que ajudam a compreender
indicadores e estatísticas, permitindo assim uma melhor compreensão da
realidade e ao mesmo tempo disponibilizar via internet os dados
recolhidos.
A escolha da área da justiça, com a
qual os mentores do projecto não têm qualquer afinidade profissional,
prende-se com a percepção de que "este sector é dos mais inoperantes".
"Em dois meses foi criada a equipa depois de
termos participado no Sapo Codebits, um evento que reúne programadores
para implementar ideias", explicou.
Segundo o
grupo, nos dias de hoje a informação é mais do que estatísticas ou dados
em bruto sendo seu entendimento de que prestar informação é fornecer
mecanismos de visualização que permitam interpretar o que está
acontecer, explorando os dados de forma simplificada.
"E essa é uma lacuna que as consequentes vagas de modernização da Administração Pública ainda não colmataram", explicam.
O
OpenData é um projecto não-lucrativo, não governamental e desenvolvido
originalmente no âmbito do SAPO Codebits, sendo a informação sobre os
serviços de justiça baseada nos dados estatísticos oficiais.
Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)
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