Israelenses cobraram propina de produtos para a faixa de Gaza
Distribuidores norte-americanos acusaram Israel em 2006 de cobrar
propina para permitir que seus produtos entrassem em Gaza, e um general
israelense admitiu a existência de corrupção nos principais postos de
fronteira, de acordo com documentos diplomáticos secretos dos Estados
Unidos.
O documento, obtido pelo WikiLeaks e publicado nesta quinta-feira pelo
jornal norueguês "Aftenposten", afirmou que os fechamentos frequentes do
posto de fronteira de Karni "exacerbou o problema de acesso e parece
ter aumentado o custo dos subornos" pagos aos israelenses.
As revelações datam à tomada do poder da faixa de Gaza por militantes do
Hamas, em 2007. Israel cita a ameaça imposta pelo Hamas à sua
existência como justificativa ao contestado embargo que mantém contra
Gaza, com ajuda egípcia.
"Até o fim de maio, 34 carregamentos de produtos norte-americanos, com o
valor de cerca de US$ 1,9 milhão, têm esperado por três ou quatro meses
para entrar em Gaza", disse o documento, considerado "secreto" pelo
embaixador dos EUA em Israel à época, Richard Jones.
Distribuidores de várias empresas norte-americanas, segundo o documento,
estariam reclamando dos pagamentos necessários para mover seus
caminhões para "um local perto do início da chamada 'fila israelense'",
cujo ritmo era maior.
"Segundo contatos de empresas, alegações de corrupção em Karni têm um longo histórico", segundo o documento.
A Autoridade de Aeroportos de Israel, que segundo o documento teria responsabilidade por Karni, negou qualquer irregularidade.
A passagem agora está sob responsabilidade do Exército de Israel devido
ao alto risco de ataques palestinos, disse um representante da
Autoridade, sob condição de anonimato.
Fonte: FOLHA DE SP
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