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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Religiosos não confiam em ateus, afirma estudo

Comportamento

Para as pessoas que acreditam em Deus, ateus contam com um nível de confiança comparável ao de estupradores

desconfiado Desconfiança: para religiosos, ateus são pouco confiáveis, diz pesquisa (Thinkstock)

Quem acredita em Deus não confia em ateus, segundo estudo divulgado por psicólogos da Universidade da Columbia Britânica, no Canadá. Por causa dessa desconfiança, diz a pesquisa, os religiosos desenvolvem contra os ateus um preconceito maior do que o endereçado a gays e fiéis de religiões diferentes da sua.
CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Do You Believe in Atheists? Distrust is Central to Anti-Atheist Prejudice

Onde foi divulgada: Journal of Personality and Social Psychology

Quem fez: Will Gervais, Ara Norenzayan e Azim Shariff

Instituição: Universidade da Columbia Britânica e Universidade de Oregon

Dados de amostragem: 350 americanos adultos e 420 estudantes canadenses

Resultado: Pessoas religiosas não confiam em ateus. Enxergam neles uma espécie de ameaça porque não acreditam em Deus.
A pesquisa, realizada no Canadá e nos Estados Unidos, foi motivada pelo resultado de uma pesquisa realizada pelo instituto Gallup, que constatou que apenas 45% dos americanos votaria em um candidato que admitisse ser ateu. O menor índice entre candidatos hipotéticos pertencentes a minorias. O estudo foi publicado na versão digital do Journal of Personality and Social Psychology.

"Onde há maiorias religiosas — isto é, na maior parte do mundo — os ateus estão entre as pessoas menos confiáveis", afirma um dos autores do estudo, Will Gervais, doutorando em psicologia na UCB. "Com mais de meio bilhão de ateus no mundo, esse preconceito tem o potencial de afetar um número substancial de pessoas", completa.

Os autores do estudo, que não encontraram as razões para tamanha desconfiança, conduziram uma série de seis pesquisas com 350 americanos adultos e 420 estudantes canadenses. Foram propostas perguntas e cenários hipotéticos aos participantes e a maioria achou que a descrição de uma pessoa não confiável é melhor representada por um ateu do que por cristãos, muçulmanos, gays, feministas ou judeus. Apenas criminosos, como estupradores, conseguiram um grau de desconfiança comparável com o dos ateus."Essa antipatia é impressionante, já que ateus não são um grupo social coerente, visível ou poderoso", afirma Gervais.

Para os pesquisadores, pessoas religiosas se importam com o comportamento de outros crentes. "A exteriorização da crença em Deus pode ser vista com um sinal de confiança, particularmente por outros religiosos que acham que as pessoas se comportam melhor se elas sentem que Deus está assistindo", diz a professora Ara Norenzayan, que participou do trabalho. "Enquanto os ateus podem ver sua descrença como um problema pessoal ou uma questão metafísica, crentes podem considerar a falta de crença pública dos ateus como uma ameaça à cooperação e à honestidade."

Fonte: VEJA

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