Corte de custos levou a vazamento no Golfo do México
Investigação oficial culpou decisões arriscadas da BP por tragédia ambiental
A mancha de petróleo: tragédia matou onze e provocou desastre ambiental
“Esse desastre não teria ocorrido se as empresas envolvidas estivessem
comprometidas com a segurança em primeiro lugar", disse o ex-governador
Bob Graham, que participou da investigação oficial
O desastre no Golfo do México, que provocou o vazamento de bilhões de barris de petróleo
na maior tragédia ambiental da história dos Estados Unidos, foi causado
por decisões arriscadas das empresas envolvidas, que queriam cortar
custos e acabaram colocando a segurança em segundo plano. A informação é
uma das conclusões tiradas após as investigações sobre o caso. O
relatório oficial foi divulgado nesta quinta-feira pela comissão que
analisou o caso.
O grupo, formado por autoridades americanas, culpou a má administração
da BP e de outras empresas responsáveis pela plataforma Deepwater
Horizon, como a Transocean e a Halliburton. Bob Graham, ex-governador da
Flórida e um dos responsáveis pela comissão, disse que as investigações
mostraram que a explosão podia ter sido evitada. “Esse desastre não
teria ocorrido se as empresas envolvidas estivessem comprometidas com a
segurança em primeiro lugar.”
“Propositais ou não, muitas das decisões da BP, Halliburton e
Transocean foram tomadas para economizar dinheiro e tempo - e elas
claramente elevaram o risco de o poço explodir”, afirma o relatório. “A
BP não tinha o controle adequado do lugar para garantir que
decisões-chave, tomadas nos meses anteriores ao acidente, eram seguras
do ponto de vista da engenharia.”
Mudanças - A comissão que investigou a tragédia também
criticou o governo por não supervisionar adequadamente as operações na
plataforma, além de não criar uma legislação capaz de regular esse tipo
de atividade. Em seu relatório, alertou ainda que acidentes similares
podem acontecer novamente, caso não sejam feitas reformas importantes na
legislação e nos procedimentos.
Por meio de um comunicado, a petroleira informou que estava trabalhando
com os órgãos reguladores para garantir que as lições aprendidas com o
vazamento levem a um grande avanço na tecnologia e segurança da
exploração de petróleo. Com a explosão na plataforma Deepwater Horizon,
ocorrida em abril, onze funcionários morreram e milhões de barris de
petróleo vazaram no mar durante meses.
Fonte: Rev. VEJA
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