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sábado, 15 de janeiro de 2011

Dachau, cidadezinha bucólica e palco de tragédia


O cinismo nazista no portão: 'O trabalho liberta'
 O cinismo nazista no portão: 'O trabalho liberta'

A pequena Dachau, a poucos quilômetros de Munique, é uma das cidades alemãs mais conhecidas no exterior. Sua fama decorre, contudo, da tragédia vivida ali por judeus e opositores ao regime nazista.


Menos de dois meses depois de assumir o governo, em janeiro de 1933, Hitler mandou construir o primeiro campo de concentração. O complexo de Dachau foi usado primeiramente para prender adversários políticos. A partir de 1935, testemunhas de Jeová, homossexuais e presos já condenados também passaram a ser enviados ao campo.
Três anos depois, prisioneiros judeus, principalmente do oeste e do sul da Alemanha, passaram a ser transportados para Dachau. Segundo os livros de registro, 206 mil pessoas estiveram encarceradas ali durante o período da ditadura nazista.
Soldados americanos diante de um portão do campo de concentração de Dachau
O campo de concentração de Dachau foi também o primeiro a ser libertado pelas tropas aliadas. Em 29 de abril de 1945, soldados americanos encontraram ali 32 mil sobreviventes, em condições inteiramente desumanas.
Memória das vítimas
Logo após a guerra, o campo começou a ser demolido. Mas decidiu-se, em seguida, que deveria ser preservado pelo menos parcialmente, sendo transformado num monumento em memória das vítimas do nazismo. Hoje, o complexo é visitado por centenas de milhares de turistas a cada ano.
Entra-se no campo por uma passagem entre fossos e altos muros, com torres de vigia e arame farpado. O roteiro da visita começa pelo museu, em cujo saguão um painel localiza os principais campos de concentração construídos pelos nazistas na Europa. A quantidade surpreende.
Cerca de 32 mil pessoas sobreviveram às torturas de Dachau

No edifício central, que originalmente abrigava cozinha, lavanderia, armazéns e sala de torturas, hoje está instalada uma exposição que conta a história do campo: os antecedentes da implantação do Terceiro Reich; a chegada de Hitler ao poder; a perseguição dos judeus; a construção do campo de Dachau; a admissão e classificação dos presos; a vida, os castigos e os trabalhos no campo de concentração.
Exposição
A exposição mostra os experimentos médicos feitos no campo de Dachau e o transporte de inválidos para serem mortos em câmaras de gás de outros campos. No final da mostra, pode-se ver imagens que documentam a libertação dos prisioneiros sobreviventes pelos soldados americanos.
O acervo é composto por jornais, panfletos, fotos, livros, documentos, cartas de prisioneiros, roupas e objetos diversos. Na sala de audiovisual, os visitantes podem assistir a um filme documentário sobre o período nazista e os horrores no campo de concentração de Dachau.
 A escultura 'Inferno', do artista Fritz Kölle, faz parte do acervo do memorial de Dachau

Do lado externo do edifício central está o monumento às vítimas do nazismo: não só judeus, mas também adversários políticos (principalmente comunistas), sacerdotes e outros inimigos do Estado nazista. A lista oficial indica que quase 32 mil pessoas morreram no campo, mas nela não estão incluídos seis mil soldados soviéticos e centenas de presos fuzilados às vésperas da chegada das tropas americanas.
Cinismo nazista
Do monumento pode-se caminhar até o portão de grades, na única entrada original do campo. Nele permanece ainda hoje o cínico lema dos campos de concentração nazistas: "O trabalho liberta" (Arbeit macht frei).
Muitos presos eram cedidos como mão de obra gratuita para as indústrias da região ou para os serviços de limpeza de ruas em Dachau.
A maior parte do terreno do campo era ocupado por 30 alojamentos, duas enfermarias e uma cantina. Nenhum desses prédios foi preservado depois da guerra. Mas dois deles foram reconstruídos posteriormente para mostrar aos visitantes as condições em que viviam os prisioneiros. A área dos demais está apenas demarcada e uma foto panorâmica mostra como era o campo originalmente.
Câmaras de gás
Muitos prisioneiros foram assassinados pouco antes da chegada das forças aliadas

Do outro lado do campo estão os memoriais católico, evangélico e israelita. À esquerda, chega-se aos crematórios, construídos em 1940 e 1942 para os prisioneiros mortos no campo de Dachau.
Ali também se pode visitar as câmaras de gás disfarçadas de chuveiros coletivos, para o extermínio em massa. As câmaras de Dachau, contudo, nunca chegaram a ser usadas.
A cidade
Após a visita ao campo de concentração, recomenda-se um passeio pelo centro da cidadezinha de Dachau. Localizada sobre um morro, nos dias de bom tempo tem-se de lá uma bela visão panorâmica dos Alpes bávaros.
No centro histórico da cidadezinha, a atração é o antigo palácio em estilo renascentista, construído no século 16 e que foi residência de duques e condes. No século 19, as tropas de Napoleão Bonaparte causaram grandes danos ao palácio. Das quatro alas originais, restou apenas uma, onde se encontra o cômodo mais interessante, o salão de festas, com um teto em madeira esculpida.
No início do século 20, antes que a tragédia marcasse a cidade, Dachau acolheu uma importante colônia de pintores impressionistas, atraídos pela beleza da paisagem ao seu redor. Várias obras desse período podem ser apreciadas hoje em museus e galerias da Baviera.
(MW/am) 

Fonte: DEUTSCHE WELLE

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