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sábado, 8 de janeiro de 2011

Digna de tombamento - Colônia: a mais majestosa catedral alemã

No Brasil, por uma distorção que não sei explicar, qualquer caco velho, sem vinculação com a história, com a cultura ou com a arquitetura expressiva é tombado e vira foco de gastos públicos.
Dou risadas toda vez que a televisão comercial coloca uma propaganda envolvendo a "obra" de um tal GABRIEL DOS SANTOS e a equipara à obra de GAUDI e fico imaginando que o arquiteto catalão se remexe no túmulo a cada vez que a dita propaganda é veiculada. Como diz uma gíria corrente nos meios de comunicação, "Fala sério!"

O que merece ser tombado como uma obra expressiva, na qual várias gerações se empenharam em construir é a catedral abaixo, embora eu tenha sérias ressalvas quanto às suas finalidades e à circunstância de haver sido erigida com dinheiro público, isto é, com sacrifício imposto às pessoas em geral, independentemente de cultuarem ou não o catolicismo. Ocorre que lá e naquela época, como aqui e agora, os governantes, para captarem a simpatia dos fiéis, financiam os cultos como se o dinheiro público fosse seu.


Enquanto peça de arquitetura, não há como negar que seja uma preciosidade.
Claro que não foi construída pelo Vaticano e sim pela cidade, isto é, com recursos dos contribuintes, como revela a notícia transcrita.

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A Catedral de Colônia
 A Catedral de Colônia

A "rainha das catedrais" alemãs fica na cidade de Colônia, às margens do Rio Reno. Construída ao longo de 630 anos e após atravessar duas guerras mundiais, ela está agora ameaçada pela especulação imobiliária.


A opinião é praticamente unânime: a Catedral de Colônia é o prédio sacro mais famoso da Alemanha. Sua história se inicia em 1164, quando o imperador alemão Frederico Barba Roxa saqueou Milão, transferindo os supostos restos mortais dos Três Magos para a cidade renana de Colônia. Esta transformou-se em local de peregrinação, e a afluência de fiéis era tão grande que a catedral da época não a comportava.
Catedral de Colônia à noite  
Catedral de Colônia à noite

Em 1248 o arcebispo Konrad von Hochstaden lançava a pedra fundamental do novo santuário. A planta era de Mestre Girard, trazido especialmente de Amiens, França. Inspirada em modelos franceses, a catedral foi projetada no estilo predominante na época, o gótico. Mas a moda passa, e em 1560 a construção foi interrompida, pois para os renascentistas o gótico estava totalmente ultrapassado, e faltava dinheiro à cidade.
A segunda fase teve que esperar quase 300 anos. Em 1794, com a ocupação da cidade por Napoleão Bonaparte, a casa de orações serviu até como depósito de armas. Mas em 1842, Frederico Guilherme 4º, rei da Prússia, ordenou a continuação das obras, sob a direção do arquiteto Ernst Friedrich Zwirner. Assim o soberano protestante angariava a simpatia da maioria católica de Colônia. A inauguração da "rainha das catedrais" realizou-se em 15 de outubro de 1880, 632 anos após o início da construção.

Tesouro de 6900 metros quadrados

Reis Magos, trazidos de Milão a Colônia  em 1164
 Reis Magos, trazidos de Milão a Colônia em 1164 

A catedral – ou Dom – é o principal cartão-postal de Colônia. Com 157 metros de altura, suas torres podem ser vistas de praticamente qualquer ponto da cidade, que tem um perfil plano. Somente o Portal de São Pedro, na face norte, ornamentado com estátuas dos 12 apóstolos, data do século 14; os demais arcos são do século 19. A porta principal mostra a passagem do Antigo ao Novo Testamento, de Adão e Eva até Jesus; a dos Reis Magos traz santos, reis, bispos e missionários; o portal da lateral sul é marcado pelo estilo neogótico.
Seu interior tem uma área de 6900 metros quadrados, divididos em cinco naves e sete capelas. Ele ostenta desde afrescos do século 14 a vitrais no estilo romântico. As duas naves principais, com 43 metros de altura, estão dispostas em forma de cruz. O coro, com 104 bancos de carvalho esculpido, é o maior da Alemanha. Aqui, a sensação de profundidade e altura é realçada pelas colunas lisas, formando arcos pontiagudos ao encontrar o teto. A iluminação diurna fica a cargo dos dez mil metros quadrados de janelas, parte das quais coberta com vitrais coloridos.
Fiéis oram na catedral
  Fiéis oram na catedral

Observar "ao vivo" as imponentes proporções dessa catedral impressiona mesmo aqueles que a conhecem de fotografias. O ponto alto de uma visita a este monumento arquitetônico é o sarcófago dos Reis Magos, guardado numa redoma de vidro. A arca que abriga as relíquias foi concluída em 1181 pelo artesão francês Nicolas de Verdun. Trata-se de uma obra-prima em ouro, prata e esmalte.

Patrimônio ameaçado

Após sobreviver a duas guerras mundiais (e a 14 bombas na segunda), o Dom tem que ser continuamente restaurado. Os técnicos de uma oficina permanente experimentam, por exemplo, diversas maneiras de livrar sua superfície externa da pátina negra que a cobre há décadas.


Catedral de Colônia ameaçada pela especulação imobiliária







Catedral de Colônia ameaçada pela especulação imobiliária


Não apenas por razões estéticas: a poluição atmosférica ameaça os mais de 50 tipos de pedra empregados em sua construção. Sobretudo o calcário e o arenito vêm sendo lentamente corroídos pela chuva ácida da região industrial.
No século 21, a Catedral de Colônia enfrenta uma nova ameaça: a cobiça dos especuladores imobiliários. Desde 1996 ela é Patrimônio Cultural da Humanidade reconhecido pela Unesco, sendo uma das condições não se construírem prédios altos em suas proximidades.

AV/dw
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte: DEUTSCHE WELLE

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