Animais serão doados para quem puder dar um lar.
Chácara em Itatiba, no interior do estado, abriga os bichos.

Cães em sacada de chácara no interior de São Paulo (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
No fim do ano passado, o funcionário público aposentado José Rodrigues
Xavier, de 71 anos, morreu em decorrência de problemas de saúde. De
herança para um de seus filhos, o jornalista Alex Xavier, de 35 anos,
ele deixou 40 cachorros – a maioria sem raça definida, com idades e
tamanhos variados. Com a ausência de José, os bichos agora precisam de
um novo lar, já que o herdeiro não tem condições de sustentá-los.
saiba mais
Todos os cães foram resgatados ou doados e criados pelo aposentado na
chácara onde vivia, em Itatiba, a 84 km de São Paulo. O hobby de criar
os bichos abandonados começou há mais de dez anos, de forma inusitada:
um criminoso que morava em uma casa ao lado da de José foi preso e
deixou três cachorros sem ninguém para cuidá-los. “Meu pai ficou com dó
e, com ajuda de um empregado, começou a pular o muro para dar comida.
Depois de um tempo, ele decidiu pega-los para criar”, contou Alex. “Ele
nunca tinha tido cachorro antes”, acrescentou.
A amizade canina foi algo novo e agradável para o aposentado. “Ele viu
que se dava melhor com cachorro do que com gente e começou a pegar
outros [cães]”, afirmou seu filho. Inicialmente, recebia de amigos e
conhecidos as crias que seus cães davam. Depois, passou a recolher os
que encontrava na rua. A fama se espalhou pela cidade e doadores
anônimos começaram a deixar filhotes e adultos na porta de sua casa.
Com o aumento da “família”, José se mudou para uma nova chácara, mais
espaçosa, situada no bairro Jardim Leonor. Lá, ele construiu diversos
canis. No período mais movimentado, 68 animais chegaram a morar na
residência.
Para sustentar a matilha, boa parte da pensão que José recebia era
usada na compra de ração. “Ele cuidava mais dos cães do que da saúde
dele." Agora, com a ausência do aposentado, Alex disse não ter condições
de cuidar dos animais. Além dos altos custos, ele não tem tempo útil
para se dedicar aos bichos.
O G1 visitou a chácara e constatou que os cães são
dóceis e brincalhões. Eles estão espalhados em canis e nos cômodos da
casa. Mas alguns deles têm se mostrado tristes, como o fila brasileiro
Maxi. “Ele é o que mais sentiu a morte de meu pai.” Caso os bichos não
consigam um lar, o destino deles é o Centro de Controle de Zoonoses.
“Queria que eles ficassem em um lugar legal. Mas a zoonoses é a última
opção”, lamentou.
Quem quiser e puder dar um lar a um desses animais, basta entrar em contato por e-mail com Alex (solardoscaes@gmail.com).

Dois dos cães que poderão ficar sem lar (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário