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sábado, 8 de janeiro de 2011

Por que em segredo de Justiça? - Polícia prende homens que mataram o padre


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Rodrigues Júnior, diretor da DHPP, afirma que o inquérito sobre o homicídio tramita em ´segredo de Justiça´
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
8/1/2011

Diretor da Divisão de Homicídios assegura que o caso está esclarecido. O que motivou o crime não foi revelado pela Polícia

Dois homens foram presos e outros dois estão sendo procurados pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil cearense, acusados da morte do padre Josenir Morais Santana, assassinado com um tiro nas costas no dia 25 de outubro do ano passado. O crime ocorreu no Município de São Luís do Curu (a 77Km de Fortaleza).

Os quatro jovens - com idades entre 18 e 22 anos, cujos nomes não foram revelados pela Polícia - estão com prisão preventiva decretada pela Justiça daquela comarca. "Não podemos falar muita coisa sobre a investigação, porque o inquérito policial está acobertado pelo segredo de Justiça", ponderou o delegado Rodrigues Júnior, diretor da DHPP, em entrevista coletiva ontem pela manhã.


Resposta


Rodrigues Júnior abriu a coletiva dizendo que "estava devendo estas informações à Imprensa", dada a repercussão do caso e a cobrança popular por uma resposta da Polícia. Segundo ele, as investigações começaram em São Luís do Curu, logo que houve o assassinato.

"A princípio, tivemos muita dificuldades para localizar testemunhas, pessoas que quisessem nos falar sobre o crime. Até que, com os dias, conseguimos os depoimentos de duas pessoas que foram testemunhas-chaves no caso, principalmente na identificação dos envolvidos", destacou Rodrigues.

Inicialmente, dois homens foram presos. Um deles, segundo o delegado, "de alta periculosidade, com extensa ficha criminal que envolve crimes de homicídios, lesão corporal, ameaça, tráfico de drogas e roubo". A prisão dos dois primeiros levou a identificação de mais dois envolvidos no crime. "Eles confessaram participação e apontaram os outros. Um dos que estão foragidos, inclusive, foi apontado como o que atirou no padre".

Para Rodrigues Júnior, o caso está totalmente esclarecido. "Não podemos falar sobre a motivação do crime porque estaremos quebrando o sigilo do procedimento", disse. Mesmo assim, o delegado confirmou "não ter havido motivação política para o assassinato e não ter sido subtraído nada, o que apontaria para um latrocínio". O delegado revelou ainda que, "não houve premeditação e nenhum dos envolvidos conhecia o padre".

O diretor da DHPP afirmou que o crime foi uma ´eventualidade´. "Qualquer um poderia morrer naquelas circunstâncias", disse, sem esclarecer quais as circunstâncias.

Rodrigues Júnior adiantou que um dos foragidos também é considerado perigoso. Todos os acusados do crime são naturais de São Luís do Curu. "Mas costumavam se esconder em Fortaleza quando praticavam crimes", disse. O crime aconteceu na altura no quilômetro 77 da BR-222. O sacerdote foi encontrado dentro de um veículo pertencente à Arquidiocese de Fortaleza com um tiro nas costas. Ele era pároco da Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Fortaleza, e morreu quando retornava de uma festa em São Gonçalo do Amarante, onde já havia trabalhado. O crime teve grande repercussão nas comunidades católicas de Fortaleza e de São Gonçalo do Amarante.


PROTAGONISTA
Religioso - Padre Josenir Morais Santana


A morte do padre deixou o Clero de Fortaleza enlutado. A Arquidiocese cobrou da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social uma eficaz investigação para apurar o fato. A Polícia Civil instaurou o devido inquérito e ouviu duas importantes testemunhas do caso. Padre Josenir já havia trabalhando na Paróquia da cidade de São Gonçalo do Amarante e estava evangelizando na periferia da Capital cearense.

NATHÁLIA LOBO
REPÓRTER
Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE

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