Alessandra Corrêa
Dados divulgados nesta terça-feira pelo escritório responsável pelo censo dos Estados Unidos revelam que o número de americanos vivendo na pobreza chegou a 46,2 milhões no ano passado, o número mais alto desde que os dados começaram a ser coletados, em 1959.
A taxa de pobreza no país aumentou de 14,3% em 2009 para 15,1% no ano passado, a mais alta desde 1993.
Os dados refletem a lenta recuperação da economia americana após a crise mundial, em um momento em que aumentam os temores de que o país mergulhe em uma nova recessão.
A taxa de desemprego nos Estados Unidos é atualmente de 9,1%, patamar que vem se mantendo há cerca de dois anos e que, segundo o próprio governo, é elevado e não tem perspectivas de melhora no curto prazo.
Até agosto, 14 milhões de americanos estavam desempregados.
Classe média
No ano passado, o número de pobres também já havia chegado a um recorde, de 43,6 milhões de pessoas.
Desde então, outros 2,6 milhões de americanos caíram abaixo da linha da pobreza, no quarto ano consecutivo de crescimento.
No entanto, os novos dados também revelam o impacto das dificuldades econômicas sobre a classe média americana.
A renda dessas famílias caiu 2,3% em 2010, chegando a US$ 49,44 mil (cerca de R$ 83,51 mil).
Com o crescimento em ritmo cada vez menor, o dado reforça as dúvidas sobre a saúde da economia americana, na qual o consumo das famílias é o principal componente do PIB (Produto Interno Bruto).
Negros e hispânicos
Segundo o censo, a taxa de pobreza é ainda mais alta entre negros (27,4%) e hispânicos (26,6%) do que entre brancos (9,9%).
Entre crianças negras, a taxa de pobreza chega a 39%, mais de três vezes maior do que a registrada entre crianças brancas (12,4%).
O censo também revela que cerca de 50 milhões de americanos não tinham seguro saúde em 2010, mesmo patamar registrado no ano anterior.
Os dados foram divulgados poucos dias depois de o presidente Barack Obama ter proposto ao Congresso um plano de US$ 447 bilhões (cerca de R$ 755 bilhões) para combater o desemprego no país.
Há dúvidas, no entanto, sobre as chances de o plano ser aprovado no Congresso, em um momento de grande divisão política nos Estados Unidos e com a oposição republicana no controle da Câmara dos Representantes (deputados federais).
As dificuldades econômicas do país têm sido usadas como munição para críticas a Obama por parte dos republicanos que buscam a indicação do partido para concorrer à Presidência nas eleições do ano que vem.
Pesquisas de opinião indicam que a economia e o desemprego estão entre as maiores preocupações dos eleitores.
Fonte: BBC
Fonte: BBC
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