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sábado, 3 de dezembro de 2011

Tese de que explosões no Irã foram 'sabotagem' ganha força em Israel


Base militar perto de Teerã ficou destruída depois de explosão em novembro (AFP/Getty)
Base militar perto de Teerã ficou destruída depois de explosão em novembro (AFP/Getty)

das explosões em uma base militar próxima a Teerã e na região da instalação nuclear de Isfahan, crescem as especulações em Israel sobre uma suposta sabotagem por parte de agências de inteligência contra o programa nuclear iraniano.
Nos últimos dias os principais veículos de comunicação em Israel têm dado destaque a boatos e especulações sobre supostos atos de sabotagem que teriam provocado as recentes explosões no Irã.
As explosões podem ter afetado significativamente o programa nuclear do país que, segundo o último relatório da Agencia Internacional de Energia Atômica (AIEA), tem fins militares.
A explosão, no dia 12 de novembro em uma base de mísseis a 45 quilômetros de Teerã, foi tão forte que o impacto foi sentido na capital iraniana.
Ao todo, 17 militares iranianos morreram no incidente, qualificado por Teerã como "acidente". Entre os mortos está o general Hassan Moghaddam, chefe do projeto de desenvolvimento de mísseis do Irã.
De acordo com analistas militares, a explosão causou a destruição de uma grande quantidade de mísseis de longo alcance, do tipo Shihab, que também teriam a capacidade de levar uma bomba nuclear.
A segunda explosão, no dia 28 de novembro, ocorreu na região da instalação nuclear de Isfahan, onde é realizado o enriquecimento de urânio.

'Luta sigilosa'

Para o analista de assuntos de Inteligência do jornal Haaretz, Yossi Melman, "a luta sigilosa entre agências de inteligência ocidentais e Teerã já começou, e é uma luta que não deixa impressões digitais – mas os resultados são claros".
Melman também menciona o ataque cibernético à indústria nuclear iraniana, em 2010, quando um vírus denominado Stuxnet causou danos ao sistema de computadores em Natanz.
Para o analista, "existe uma ligação clara" entre os três ataques, pois os alvos seriam parte fundamental do programa nuclear iraniano.
Melman cita fontes estrangeiras que atribuem ao Mossad, à CIA americana e ao MI6 britânico a possível autoria da sabotagem.
O analista do canal 10 da TV israelense, Nadav Eyal, chega a afirmar que a "guerra contra o Irã já começou".
Para Eyal, o recente ataque à Embaixada britânica em Teerã já seria uma represália do governo iraniano aos ataques sigilosos.

'Mais frequentes'

O governo israelense não confirma nem nega envolvimento nos ataques, mas logo depois da explosão em Teerã, o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse: "Tomara que (esses ataques) se tornem mais frequentes".
Em entrevista à radio Kol Israel, o ex-embaixador americano em Israel, Martyn Indik, afirmou que a estratégia de sabotagem contra o Irã pode ser "mais eficaz do que bombardeio aéreo e sanções, pois não deixa impressões digitais".
Moshe Yaalon, ex-chefe do Estado Maior do Exército israelense e atual ministro para assuntos estratégicos, afirmou que as instalações nucleares iranianas estão "sob a mira" de agências de Inteligência ao redor de mundo e que "de fato, a guerra contra o Irã já começou".
Para Soli Shahvan, diretor do Instituto de Estudos Iranianos da Universidade de Haifa, o governo iraniano se viu obrigado a afirmar que as explosões foram acidentais, porque se admitisse que as instalações mais sigilosas e estratégicas do país foram atingidas por ataques estrangeiros, "poderia expor a fraqueza do regime e uma possivel colaboração interna com agências estrangeiras".

Fonte: BBC

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ATUALIZAÇÃO: em homenagem ao cidadão que comentou a matéria postada acima, lembrando o "acidente" do foguete de Alcântara, seguem comentários da época do evento danoso. Não podemos esquecer, todavia,  que foguetes norte-americanos também explodiram e vitimaram cientistas.

Sabotagem do Tio Sam

Os Estados Unidos estariam por trás das explosões de foguetes na base maranhense de Alcântara. Motivo:evitar que outros países entrem na corrida espacial.

por Carlos Chernij

TEORIA - Base de Alcântara foi sabotada
OBJETIVO - Impedir que o programa espacial brasileiro saia do papel
Desde a década de 1980, o Brasil trabalha na construção de um foguete nacional capaz de colocar satélites em órbita. Em 1997, foi testado o primeiro protótipo do Veículo Lançador de Satélites (VLS-1). Explodiu poucos segundos após a decolagem. Em 1999, outro teste e mais uma explosão. Na terceira tentativa, em 22 de agosto de 2003, nem deu tempo de começar a contagem regressiva. O foguete explodiu três dias antes do lançamento, quando estava sendo preparado na base de Alcântara, no Maranhão. O comando da Aeronáutica investigou e concluiu que o acidente foi causado por uma falha elétrica. O problema é que o relatório oficial não convenceu todo mundo. Especialistas em pesquisas espaciais desconfiam que o programa brasileiro foi sabotado. Um complô estrangeiro teria completado a sua missão em território nacional? Alguns fatos indicam que sim, segundo a teoria verde-amarela. E, certamente, você já encontrou o nosso principal suspeito em outras páginas deste livro.
Para entender o nascimento da teoria, é preciso voltar a agosto de 2003. Logo depois do incidente, enquanto os destroços ainda queimavam, já havia fontes militares descartando a hipótese de sabotagem. Oficialmente, o defeito no foguete ocorreu sozinho. Os mais desconfiados rapidamente alertaram que uma detonação espontânea seria difícil, pois ainda faltavam três dias para o lançamento e o combustível fora escolhido de forma a minimizar o risco de explosões. Até aqui, tudo é fato. Os conspirólogos trabalham em cima das próximas informações, uma mistura de episódios reais e especulações. Embora tenha eliminado a possibilidade de sabotagem, a Aeronáutica havia cancelado o lançamento algumas vezes, sem dar nenhuma explicação. Dias antes, os militares brasileiros também fizeram um levantamento sobre estrangeiros registrados em hotéis de São Luis. Há quem diga que cerca de 20 americanos estavam hospedados em Alcântara naquela semana, algo incomum na pequena cidade.
O súbito interesse turístico por Alcântara apontaria o país de origem dos prováveis conspiradores: os Estados Unidos. Os americanos não simpatizam com iniciativas estrangeiras de desenvolvimento de foguetes. Se você já brincou com o Google Earth na internet, deve ter sacado que as imagens de satélite permitem xeretar o quintal alheio com uma qualidade bastante boa. Do mesmo modo, quem consegue colocar sozinho seus satélites em órbita pode espiar onde quiser. Mais ou menos como os Estados Unidos e a Rússia, pioneiros da corrida espacial, fazem desde a década de 1960. A tecnologia de um foguete como o VLS é essencialmente a mesma usada em mísseis de longa distância, como os que carregam armas nucleares. Isso também não interessa aos americanos, que pregam o desarmamento, mas não abrem mão dos seus arsenais.
Atualmente, a base de Alcântara é considerada o melhor espaçoporto do mundo em localização geográfica. Por estar próxima à linha do Equador, permite uma economia de até 30% de combustível nos foguetes. Na prática, isso significa gastar menos ou poder mandar para o espaço cargas mais pesadas. Como os Estados Unidos são os donos da maior parte do lucrativo mercado de lançamento de satélites comerciais, eles tentaram, em 2001, fechar um acordo para “alugar” a base brasileira para seus lançamentos. Mas havia vários detalhes importantes no acordo de salvaguardas tecnológicas proposto. Um deles determinava que nenhum brasileiro poderia fazer inspeções no que estivesse sendo trazido dos Estados Unidos para Alcântara. A proposta gerou muitos debates no Congresso e foi engavetada como violação da soberania nacional.
Menos de uma semana após a explosão em Alcântara, a tese de sabotagem tomou vulto em duas notinhas da coluna do jornalista Cláudio Humberto – publicada em vários jornais do país. No dia 27 de agosto, foi citado Ronaldo Schlichting, pesquisador da corrida espacial e perito em armas. Dizia a nota: “Schlichting sugere bala do fuzil Barret .50, que alcança 3 quilômetros, como possível ‘impacto de objeto no foguete’”. No dia seguinte, outra referência à sabotagem, desta vez nas palavras de um professor do Centro Tecnológico da Aeronáutica. “O cientista Edison Bittencourt nega ‘ignição espontânea’ num dos quatro motores do foguete que explodiu em Alcântara. Sugere onda eletromagnética disparada do espaço ou de pequeno dispositivo, inserido no motor e controlado a distância”, escreveu o colunista.
É possível destruir um foguete com o apertar de um botão, aproveitando uma falha de segurança na informática? Pedro Antonio Dourado de Rezende, professor do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Brasília, acredita que sim. “Bastaria uma rápida e certeira transmissão, até por radiofreqüência de um ponto escondido em algum canto da base, neste caso indevassável, para que um serviço de inteligência estrangeiro pudesse ‘crackear’ a comunicação brasileira visando uma sabotagem dessa magnitude, sem deixar pistas”, disse em um artigo publicado no site Observatório da Imprensa.
Como não puderam transformar Alcântara em seu playground espacial, os americanos teriam radicalizado. A explosão do terceiro VLS matou 21 técnicos e engenheiros altamente especializados – gente que não existe aos montes aqui nem em qualquer lugar do mundo. Estima-se que serão necessários dez anos para formar uma nova geração brasileira de cérebros tão capacitados. Mas o programa espacial brazuca continua. O governo prometeu para 2006 o próximo lançamento do VLS. Será uma excelente oportunidade de testar a tese conspiratória.

Fonte: SUPERINTERESSANTE

2 comentários:

ORRAIO disse...

E você acha que a explosão no foguete na base de Alcântara, no Maranhão, em 2003 foi de geração expontânea?
Morreram se não me engano mais de 20 cientistas brasileiros ali!

I.A.S. disse...

Valeu a lembrança. Não me recordo do fato, mas irei buscar informações a respeito.
Um forte abraço.