Líderes da Igreja Ortodoxa Copta
na Europa revelaram nesta segunda-feira que estão recebendo ameaças
após o ataque a bomba na igreja de al-Qidissen, em Alexandria, no
Egito, pouco depois da meia-noite do dia 31 de dezembro.
O esquadrão anti-terror da França investiga as
alegações de um sacerdote da igreja em Paris de que estaria recebendo
ameaças de novos ataques.
Na Alemanha, um bispo também pediu proteção do
governo e, na Grã-Bretanha, oficiais dizem que ataques foram "esboçados"
contra duas igrejas coptas.
A Igreja Copta é a igreja cristã nacional do
Egito. Na última sexta-feira, ela foi alvo de um ataque a bomba durante a
missa da meia-noite do dia 31 de dezembro de 2010.
Nenhum grupo assumiu a autoria do atentado, que deixou 21 mortos e pelo menos 70 feridos.
Os alertas de segurança na Europa acontecem dias antes da comemoração do Natal dos coptas, que será no dia 7 de janeiro.
`Ameaças online´
Girguis Lucas, um sacerdote da Igreja Copta de
Santa Maria e São Marcos, em Paris, disse que um membro de sua
congregação mencionou ameças feitas pela internet por insurgentes
islâmicos que teriam anunciado ataques na Europa e especialmente na
França. As mensagens teriam mencionado especificamente esta igreja.
O bispo geral da Igreja Ortodoxa Copta na
Grã-Bretanha, Angaelos, disse que discutiu as ameaças com colegas
bispos pela Europa e que aumentaram as precauções que haviam sido
tomadas após os primeiros ataques.
"Tomamos qualquer ameaça como possível", disse o bispo à BBC. "Há algumas igrejas na Grã-Bretanha que foram mencionadas".
O bispo Angaelos disse que o atentado no Egito é
"sem precedentes" e que um funeral coletivo está sendo planejado nas
igrejas do continente europeu em memória das vítimas de Alexandria.
O ministro do Interior alemão disse que membros
da Igreja Copta já haviam expressado preocupações com sua segurança
antes mesmo do ataque suicida do dia de Ano Novo.
Precaução
Segundo o correspondente da BBC em Alexandria,
Rupert Wingfield-Hayes, autoridades egípcias destacaram milhares de
policiais da tropa de choque para igrejas coptas pelo país, para tentar
prevenir novos ataques.
No último domingo, multidões de cristãos foram
às ruas em Alexandria em protesto contra os ataques. Eles acusam o
governo de falhas na proteção da comunidade ortodoxa, que representa
cerca de 10% da população egípcia.
Mais de 40 policiais ficaram feridos durante a
manifestação. O governo do país pediu unidade e culpou "forças externas"
pelos ataques.
O correspondente Wingfield-Hayes diz que há
casos esporádicos de violência entre cristãos e muçulmanos no Egito mas
nunca na escala do ataque em Alexandria.
Nos últimos meses, os cristãos coptas tem sido
acusados por muçulmanos de manterem pessoas convertidas ao islamismo na
igreja contra sua vontade.
Em outubro, o grupo militante "Estado Islâmico
do Iraque", que inclui a al-Qaeda, ameaçou os coptas egípcios e exigiu
que os supostos convertidos fossem libertados.
Fonte: BBC
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CONTRAPONTO
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CONTRAPONTO
Egipto: Revolta contra atentado que matou 21 pessoas numa Igreja Copta
Cristãos em fúria atacam polícias
A revolta da comunidade cristã do Egipto está em crescendo desde o atentado que na noite de Ano Novo custou a vida a 21 pessoas junto a uma igreja copta de Alexandria. Os protestos alastraram ao Cairo, onde na noite de domingo centenas de pessoas apedrejaram e feriram 45 polícias junto à catedral de São Marcos, sede da Igreja Copta.
Os
tumultos começaram quando da visita de ministros ao templo, para levar
condolências oficiais ao Papa ortodoxo copta Shenouda III.
Os carros
dos membros do governo foram apedrejados e a violência alastrou,
resultando, segundo as autoridades, em agressões aos polícias. Em
Alexandria, manifestações semelhantes foram dispersadas com recurso a
gás lacrimogéneo.
"Revolução em todas as igrejas
do Egipto", gritava a multidão aglomerada junto à catedral: "Shenouda,
nós somos jovens e vamos proteger-te com o nosso sangue".
Noutras
partes da capital registaram-se mais tumultos e protestos, havendo
ainda registo de dezenas de carros apedrejados em duas das estradas
principais dos arredores da cidade.
A polícia
reforçou a segurança junto às igrejas cristãs, temendo novos recontros e
atentados na contagem decrescente para o Natal copta, que se celebra
sexta-feira. Foi ainda reforçada a vigilância nos aeroportos e portos de
mar.
Refira-se que os coptas acusam há muito o
governo egípcio de discriminação e denunciam a alegada impunidade dos
radicais que os atacam. Em Janeiro de 2010, seis cristãos foram mortos a
tiro e em Novembro foi embargada a construção de uma igreja junto ao
Cairo. Duas pessoas foram mortas pela polícia durante os protestos que
se seguiram.
EUROPA EM ALERTA APÓS AMEAÇAS A IGREJAS COPTAS
As
autoridades da França, Alemanha e Reino Unido reforçaram a vigilância
às igrejas coptas nos respectivos países após denúncias de ameaças
àquela comunidade cristã. "Um fiel advertiu-me que circulavam ameaças na
internet sobre atentados semelhantes ao de Alexandria em igrejas fora
do Egipto", referiu Girguis Lucas, padre numa igreja dos arredores de
Paris. Do outro lado do Atlântico, o Canadá tomou medidas idênticas
depois de surgirem na internet fotografias, nomes e moradas de pelo
menos cem canadianos coptas.
Fonte: CORREIO DA MANHÃ (Portugal)
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