A polícia do Paraná prendeu a repórter Maritânia Forlin
(foto), 28, da RIC (Rede Independência de Comunicação), afiliada da
Rede Record, sob a acusação de ter acordo com traficantes para obter em
primeira mão informações sobre a violência praticada por eles.
Em uma das gravações telefônicas feitas em outubro de 2010 pela polícia
com autorização judicial, Maritânia incentivou um bandido a agir.
“Você tem de fazer o ‘serviço’ e depois me liga: acabamos de fazer o
negócio. Faz dias que não dá homicídio. A cidade está muito parada”,
disse.
O traficante lamentou não ter encontrado “o cara” que ia matar, mas
prometeu à repórter que “logo ia ter um homicidinho [para ela
noticiar]”.
A polícia disse que o “negócio” ao qual a repórter se referiu era a
troca de informações com os bandidos: eles diziam sobre suas matanças e
ela sobre as operações policiais.
A partir da gravação das conversas telefônicas de Maritânia, a polícia
já prendeu 17 pessoas acusadas de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro
e formação de quadrilha.
A RIC dispensou a repórter há três meses em um remanejamento da equipe. O
departamento de jornalismo da emissora informou que Maritânia era uma
profissional terceirizada e que desconhecia as acusações contra ela.
O advogado da repórter disse que nada pode declarar porque ainda não teve acesso ao inquérito policial.
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