Pesquisadores
rastrearam os peixes do oceano até a desova no rio. Os que morreram
apresentaram um sinal genético em comum que pode representar uma
infecção viral
Pesquisador implanta um rastreador no sistema gástrico do peixe
Muitos
salmões selvagens do Oceano Pacífico estão morrendo no Canadá antes de
conseguirem se reproduzir, principalmente durante a piracema – quando
eles nadam contra a corrente do rio para chegar ao local de desova. Um
grupo de pesquisadores canadenses (da Universidade da Columbia
Britânica, de Vancouver, da Universidade Simon Fraser, de Burnaby, e da
Universidade Carleton, de Ottawa) descobriu que muitos dos que morrem na
subida do rio partilham um mesmo sinal genético que indica que eles
estão sofrendo de estresse metabólico auto-imune. E essa característica
aparece no peixe antes mesmo de ele chegar ao rio para começar sua
jornada. Apesar da pesquisa não revelar a causa desse estresse, os
cientistas especulam que uma infecção viral possa ser o responsável. O
estudo será publicado na edição do 14 de janeiro da revista Science.
Há muitas mortes prematuras de salmão-vermelho no rio Fraser, a caminho para a desova
Os
pesquisadores, liderados por Kristina Miller, marcaram alguns salmões
selvagens enquanto eles ainda estavam no oceano. A equipe subiu o rio
Fraser, munida de rastreadores, fazendo o mesmo trajeto dos peixes. Ao
longo do trajeto, os cientistas colheram material genético dos salmões
para biópsia e monitoraram a migração dos animais. Então, compararam os
genes dos peixes que sobreviveram à viagem com os dos que não migraram.
Embora nenhum mecanismo fisiológico isolado pareceu ser o responsável
por todas as mortes dos peixes no rio, uma análise estatística revelou
um grupo de genes consistente que puderam ser marcados em maior ou menor
quantidade em grande parte dos peixes que não sobreviveram. Muitos
desses genes estavam envolvidos com marcadores biológicos conhecidos por
estarem associados à atividade viral. E, uma vez que o sinal genético
está presente antes do peixe subir o rio, os cientistas acreditam que o
vírus infecta os peixes ainda no mar e persiste até as áreas de desova.
Rev. ÉPOCA
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