DA REUTERS, EM LOCRI
Um grupo anarquista italiano que assumiu ter atirado no chefe de uma empresa de engenharia nuclear ameaçou nesta quarta-feira atacar o primeiro-ministro da Itália, Mario Monti.
O grupo, chamado Núcleo Olga da Federação Anarquista Informal - Frente Revolucionária Internacional, disse em uma declaração enviada a um jornal do sul da Itália que Monti estava entre os sete alvos restantes após Roberto Adinolfi, chefe da Ansaldo Nucleare, ter sido baleado na perna na semana passada.
O ataque alimentou a preocupação crescente sobre um retorno da violência política na Itália por causa das dificuldades econômicas e da crescente oposição às medidas de austeridade implementadas pelo governo Monti.
Em comunicado enviado ao jornal Calabria Ora, o grupo afirmou que os ataques contra a agência fiscal Equitalia continuariam enquanto o governo insistir nas reformas para reduzir a dívida enorme da Itália.
"Dizemos a Monti que ele é um dos sete restantes e que as pessoas não têm interesse em permanecer na Europa, salvar os bancos e ajudar a equilibrar as contas de um Estado que esbanjou dinheiro para os seus próprios interesses", disse o comunicado.
"Qualquer suicídio cometido por um cidadão italiano ligado às dificuldades fiscais será punido como um "assassinato de Estado", acrescentou o texto.
EMPRESÁRIOS DESESPERADOS
Uma série de suicídios já aconteceu na Itália por empresários desesperados com a perda de seus meios de vida por causa da crise.
O texto enviado ao Calabria Ora tinha os mesmos símbolos e estava em um estilo similar a uma carta enviada ao jornal Corriere della Sera, na semana passada, reivindicando a responsabilidade pelo ataque a Adinolfi na cidade de Gênova.
A polícia italiana acredita que a declaração de responsabilidade é genuína e a promotora-chefe de Gênova, Michele di Lecce, disse na semana passada que não descarta novos ataques.
CARTAS-BOMBA
O mesmo grupo anarquista admitiu no ano passado ter enviado cartas-bomba para, entre outros, o chefe do Deutsche Bank, Josef Ackermann, na Alemanha. O diretor-geral da Equitalia em Roma perdeu um dedo depois de abrir uma das bombas em dezembro passado.
Supostos membros de um grupo ligado às Brigadas Vermelhas de extrema-esquerda, que aterrorizaram a Itália durante os "anos de chumbo" na década de 1970 e 80, pediram na corte por uma revolução armada na terça-feira quando questionados sobre o ataque a Adinolfi.
Fonte: FOLHA DE SP
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