Parentes das vítimas de um atentado em 2002 contra engenheiros e técnicos franceses em Karachi (Paquistão) apresentaram, nesta segunda-feira, uma denúncia contra o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, três dias após o término de sua imunidade como chefe de Estado. 
Segundo o advogado das duas famílias, Olivier Morice, os denunciantes consideram que Sarkozy violou o segredo judicial sobre o atentado com um comunicado divulgado em 22 de setembro de 2011, no qual assegurava que seu nome não aparecia no dossiê de investigação. Sandrine Leclerc, filha de um dos 15 mortos em Karachi no dia 8 de maio de 2002, reforçou em entrevista ao canal “BFM TV” que quer que Sarkozy justifique o texto.
Publicado depois da acusação de duas pessoas do convívio do então chefe do Estado, o comunicado afirmava que o nome de Sarkozy não aparecia em “nenhum dos elementos do dossiê” judicial aberto para esclarecer o atentado, e que também o então governante não tinha citado nenhuma das partes envolvidas. No entanto, os denunciantes estimam que nesse comunicado o que o ex-presidente fazia era defender uma decisão tomada por ele quando foi ministro do Orçamento entre 1993 e 1995 sobre um polêmico contrato de venda de submarinos ao Paquistão, que as famílias das vítimas suspeitam ser o motivo do ataque contra os engenheiros franceses que trabalhavam em sua construção.
O presidente da França é protegido com imunidade sobre atos e decisões que tomar no desempenho do cargo. Sarkozy perdeu essa imunidade na sexta-feira passada, ao completar um mês da transferência de poderes a seu sucessor no cargo, François Hollande.

Fonte: CONSULADO SOCIAL