Representantes da rede de lanchonetes
McDonald’s poderão ser convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) do Trabalho Escravo para prestar esclarecimentos sobre a jornada
de trabalho de seus funcionários e a política de salários adotada pela
empresa. O assunto foi tema de audiência pública na Câmara nesta
terça-feira (12), mas o McDonald’s não enviou nenhum representante.
Os deputados querem apurar denúncias
sobre a chamada “jornada móvel e variável” de trabalho, pela qual a
empresa exige a presença do funcionário durante todo o expediente, mas
remunera apenas horas efetivamente trabalhadas. A jornada seria de 44
horas semanais, mas, nos momentos em que a demanda é menor, os
funcionários são encaminhados para uma sala de espera, e o tempo que
passam ali não é contado como horário de trabalho.
Segundo a ex-funcionária do McDonald’s
Glayce Bragança por causa dessa jornada variável, ela recebeu menos do
que o salário mínimo por diversas vezes. Ela trabalhou em uma lanchonete
da empresa entre 2010 e 2011. “Setenta reais eu recebi por três meses. O
máximo que eu recebi foi R$ 500”, declarou. “Isso é uma humilhação,
porque a gente vai lá para trabalhar, trabalha muito e ganha menos que o
salário mínimo.” A Constituição brasileira estabelece que o salário,
quando variável, nunca pode ser inferior ao salário mínimo mensal.
Com
informações da Agência Câmara, via CONSULADO SOCIAL
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