Emissoras faturam alto com religiões
sem investimento na programação
|
O governo está elaborado um decreto que vai regulamentar o uso da
radiofusão de modo a acabar com o mercado paralelo nesse setor de
serviço de concessão pública. Na prática, o novo marco regulatório
impedirá que as emissoras de TV e rádio aluguem horário para as
denominações religiosas.
O uso das TVs para esse tipo de finalidade proporcionou nos últimos anos
o crescimento de igrejas neopentecostais como a Mundial, de Valdemiro
Santiago, e a Graças de Deus, de R.R. Soares.
E algumas emissoras vêm tendo bom faturamento sem que precisem investir
na programação e disputar a audiência. Só a Bandeirantes, que vendeu seu
horário nobre para Soares, deverá faturar R$ 280 milhões nos próximos
12 meses.
Das emissoras de sinal aberto com cobertura nacional, apenas duas —
Globo e SBT — não lucram com programas religiosos. Pela atual
legislação, as emissoras podem repassar a terceiros no máximo 25% de sua
programação, o que nem sempre é respeitado e a fiscalização não
funciona.
Antes de ser aprovado, o decreto será posto em discussão pública,
informou Julio Wiziack, repórter da Folha de S.Paulo que teve acesso a
uma minuta da regulamentação.
As emissoras não quiseram comentar a proposta da nova regulamentação.
Quanto aos líderes religiosos, a expectativa é de que eles,
principalmente os evangélicos, pressionem fortemente o governo neste ano
de eleições para que o decreto não seja levado adiante.
A proposta do marco regulatório prevê, também, a comercialização pelas
emissoras de serviços de transmissão de dados, impulsionando a TV
digital e a oferta de sinais de internet.
Com informação da Folha de S.Paulo.
por Eugênio Bucci em abril de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário